Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) foram a principal causa de morte em 2019. Esta doença matou 10 975 portugueses no período em análise e representa já 9,8% da mortalidade no nosso país, de acordo com os dados agora divulgados pelo INE.
Em segundo lugar surge a doença isquémica do coração, atribuída a 7151 óbitos – 6,4% da mortalidade total em 2019. Em comparação com outras doenças do aparelho circulatório, nomeadamente as doenças cerebrovasculares, as doenças isquémicas do coração apresentam taxas brutas de mortalidade mais elevadas nos grupos etários inferiores a 65 anos.
A terceira maior causa de morte foi a pneumonia, responsável pelo óbito de 4 700 pessoas e por 4,2% da mortalidade total.
Ao contrário das doenças específicas mencionadas anteriormente, que apresentaram ligeiras quedas face aos números de 2018, os tumores malignos aumentaram em Portugal.
No conjunto registaram-se 4 405 mortes provocadas por tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmão, que representaram 3,9% do total de mortes no país e um aumento de 2,0% em relação ao ano anterior. Os tumores malignos do cólon, reto e ânus representaram 3,4% da mortalidade em 2019, com 3 829 óbitos (mais 0,2% que no ano anterior).
Numa análise global dos grupos de doenças analisados, e considerando apenas os óbitos de residentes, a taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório foi de 324,9 por 100 mil habitantes, o valor mais elevado dos últimos 10 anos.
Sazonalidade: mais mortes no Inverno
Nas mortes causadas por doenças do aparelho circulatório e por doenças respiratórias verificou-se a existência de um padrão de sazonalidade, com ocorrência de maior mortalidade nos meses mais frios e menor nos meses de maior calor.
“No caso das doenças do aparelho respiratório existe uma dicotomia clara entre os meses de janeiro e fevereiro, em que se regista o pico das mortes e que no seu conjunto representam 27,1% da mortalidade anual por estas doenças, e os meses de julho a setembro, que representam 17,9%.”
Para as doenças do aparelho circulatório e para os 5 anos em análise, o pico ocorreu em janeiro (com 11,8% da mortalidade média anual pela doença) e a mortalidade mais baixa nos meses de julho e setembro.
Já no caso dos tumores malignos, a distribuição média mensal das mortes regista um padrão bastante homogéneo ao longo do ano.
Estes resultados estatísticos remetem sempre para os indicadores do ano anterior. A divulgação dos dados de 2020 poderá sofrer atrasos devido à pandemia. Isto porque, de acordo com o INE, esta informação tem caráter provisório pois tem em conta a codificação dos certificados de óbito pela Direção-geral da Saúde até 17 de fevereiro de 2021, processo que não se encontra consolidado.