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Cientistas admitem que política do medo usada durante Covid era pouco ética

Membros do Grupo Científico da Pandemia de Influenza (SPI-B), que encorajou o uso do medo para controlar o comportamento das pessoas durante a pandemia de Covid, admitiram que o seu trabalho era “pouco ético” e “totalitário”, diz o Telegraph.

Num livro que retrata o papel da psicologia na resposta do Governo Inglês à pandemia, um dos psicólogos da equipa, Gavin Morgan afirmou que “Usar o medo como meio de controlo não é ético. Usar o medo cheira a totalitarismo. Não é uma postura ética para nenhum governo moderno“.

No mesmo livro, um cientista avançou que em março de 2020 o Governo estava muito preocupado porque pensou que as pessoas não iriam cumprir as regras de confinamento. “Houve debates sobre o medo como instrumento necessário para encorajar o cumprimento, e foram tomadas decisões sobre a forma de aumentar o medo. A forma como temos utilizado o medo é distópica. O uso do medo tem sido definitivamente questionável do ponto de vista ético. Tem sido como uma experiência estranha. No fim de contas, o medo saiu pela culatra, porque as pessoas ficaram demasiado assustadas“.

Um outro membro da equipa sublinhou: “as pessoas usam a pandemia para ter poder e realizar coisas que de outra forma não aconteceriam… Temos de ter muito cuidado com o autoritarismo que se está a infiltrar“.

No início de março de 2020, o Scientific Advisory Group for Emergencies (SAGE) criou um documento para o Governo do Reino Unido com modelos para a implementação de novas regras de distanciamento social, com base em conhecidas técnicas de modificação psicológica do comportamento.

Entre as metodologias sugeridas no Options for increasing adherence to social distancing measures, a que causou mais controvérsia foi a persuasão.

Entre outras coisas, o documento diz:

Existe um número substancial de pessoas que ainda não se sente suficientemente ameaçada, a nível pessoal.

A sugestão:

O nível de perceção de ameaça pessoal precisa ser aumentado entre aqueles que são complacentes, usando mensagens emocionais contundentes.

O apêndice B do documento enumera dez opções que podem ser utilizadas para aumentar o distanciamento social do público. A opção 2 aconselha:

Usar os media para aumentar a sensação de ameaça pessoal”.

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