Em 2017, a nível mundial ocorreram:
O terrorismo tem uma exposição mediática muito grande, e causa sempre bastante impacto.
A tuberculose, por seu lado, apesar de ser uma doença que ainda mata muito, mesmo em países desenvolvidos, não tem o mesmo destaque e por isso passa bastante despercebida.
2. Desde 1950, a esperança média de vida a nível mundial aumentou:
Ao contrário das más notícias, as boas notícias não enchem noticiários. Para além de serem menos comercializáveis tendem a concretizar-se de forma progressiva.
Dificilmente vamos ouvir numa abertura de telejornal: “Notícia de última hora! A esperança média de vida voltou a subir este ano, há quase 70 anos que tal se verifica!”.
Da mesma maneira que mais facilmente vemos uma reportagem com crianças a passar fome, do que a notícia da redução desse flagelo a nível mundial.
Como não estamos tão expostos a este tipo de notícias, muitas coisas positivas que aconteceram ao longo do tempo não são assimiladas e a nossa perceção é bastante distorcida.
3.A energia nuclear provoca*, devido a acidentes e à poluição, cerca de:
*por quantidade de energia produzida
Os acidentes nucleares ficam bastante registados na nossa memória. O de Chernobyl foi de longe o que teve maior mortalidade. Marcou uma geração e ainda hoje é evocado constantemente em relatos, filmes e séries.
Ocorreu ainda durante o tempo da União Soviética e foi consequência de problemas de conceção e de manutenção graves em equipamentos obsoletos, numa época em que as preocupações com a segurança eram muito baixas.
Apesar disso, quando pensamos em energia nuclear o que nos vem à cabeça é esse desastre e as suas consequências.
4. Nos EUA, as mulheres asiáticas ganham atualmente:
Muitos políticos e ativistas baseiam o seu discurso no tema da descriminação, por exemplo, contra mulheres e outras raças.
Na visão que apresentam, as sociedades ocidentais são construídas em torno de uma descriminação sistemática por parte do grupo dominante, normalmente tendo no topo da hierarquia o “homem branco”. As diferenças de rendimentos entre grupos é um dos exemplos em que se baseiam para suportar essa perspetiva.
Deste modo, essa visão é muito difundida. Todo o tipo de dados que não a suportem, bem como explicações alternativas para essas diferenças, não têm o mesmo destaque. Por isso, independentemente da concordância com essa teoria, factos como o de nos Estados Unidos as mulheres asiáticas terem melhores rendimentos do que os homens brancos, contrariam as nossas intuições.
5. Desde 1990, o crime violento reportado nos EUA:
Com o enorme enfoque mediático neste tipo de crimes, a perceção geral tende a ser desproporcional à sua frequência. Pode mesmo levar muitas pessoas a percecionar um grande aumento quando pode estar a ocorrer exatamente o contrário.
6. Nas palavras em inglês, a letra K aparece mais vezes na primeira posição ou na terceira posição?
Também aqui o viés da disponibilidade condiciona a nossa resposta a esta questão.
Neste exemplo clássico (pág. 211) tendemos a relembrar-nos mais facilmente de palavras onde a letra k está no início, como Karl, knowledge ou Kia.
Já palavras como “ankle” são mais difíceis de evocar e por isso essa posição do “k” é percecionada como sendo mais rara. No entanto, na realidade, o K aparece duas vezes mais na terceira posição do que na primeira.
Conheça melhor o viés da disponibilidade.