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Pandemia alimenta uma bomba relógio de distúrbios de saúde entre crianças e jovens

Investigação sobre as mortes de crianças e jovens em Inglaterra após a infeção pelo SARS-CoV-2, durante o primeiro ano pandémico, revela o impacto devastador das restrições sobre a saúde das crianças, ao mesmo tempo que exprime um impacto limitado do vírus.

A Covid-19 foi considerada responsável pela morte de apenas seis crianças saudáveis durante a pandemia, em Inglaterra, enquanto os lockdowns alimentaram uma bomba relógio de distúrbios de saúde entre os jovens.

Estes dados foram apresentados no estudo “Deaths in children and young people in England after SARS-CoV-2 infection during the first pandemic year”, divulgado na revista Nature Medicine.

Na investigação que examinou mais de 3 mil mortes de menores de 18 anos em Inglaterra, durante o primeiro ano pandémico, a partir do primeiro lockdown – foi encontrada uma proporção minúscula de mortes associadas à Covid-19.

Apenas 25 mortes foram causadas pelo vírus, e entre elas seis eram crianças sem doenças prévias graves identificadas.

No mesmo ano em análise, registaram-se quase 1.200 mortes ligadas a condições neurológicas e mais de 450 mortes entre menores de 18 anos com doenças respiratórias.

Além disso, as estatísticas do Serviço Nacional de Saúde inglês indicam que o número de crianças à espera de tratamento para distúrbios alimentares duplicou no último ano.

Os números oficiais mostram que havia 2.083 crianças e jovens à espera de tratamento de desordens alimentares de rotina ou urgentes no final de setembro deste ano, contra 860 durante o mesmo período do ano passado.

Um estudo separado da Universidade de Oxford mostra uma queda de 17% nos diagnósticos de cancros infantis, em Inglaterra, nos meses que se seguiram ao primeiro lockdown.

Quadro devastador no futuro

Os peritos que interpretaram o estudo das mortes infantis afirmam que a quantidade de dados pintou um quadro devastador dos danos a longo prazo infligidos às crianças e dos problemas que estão a ser armazenados para o futuro.

A Dra. Camilla Kingdon, presidente do Royal College of Paediatrics and Child Health, em declarações ao jornal Telegraph, disse que o estudo mostrou “números muito, muito pequenos” de crianças que morreram de Covid-19 e que as mesmas pagaram um “preço muito, muito pesado” por uma pandemia.

Impacto da Covid-19

O estudo mostrou que mais de 3.100 crianças morreram no ano seguinte ao primeiro bloqueio, mas apenas 61 foram infetadas com Covid.

Das 25 mortes que resultaram do vírus, 19 sofriam de um problema crónico de saúde.

Segundo os investigadores, durante o período do estudo, quase meio milhão de crianças menores de 18 anos contraíram Covid, dando uma taxa de mortalidade por infeção de cinco por 100 mil.

Isto significa que se uma criança apresentar um teste positivo para o vírus, tem 99,995% de hipóteses de sobreviver. Inglaterra tem mais de 12 milhões de menores de 18 anos e, os investigadores afirmam que o vírus mata duas crianças em um milhão.

O estudo foi realizado por especialistas do NHS England, Public Health England e várias universidades e hospitais, que analisaram os números da mortalidade entre março de 2020 e fevereiro de 2021.

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