Novos estudos sugerem que, em 2019, antes da declaração de pandemia pela OMS, existiam evidências de casos Covid-19 na Europa. A European Journal of Epidemiology publicou a 6 de fevereiro de 2021 um artigo sobre a evidência de circulação precoce de SARS-CoV-2 em França, que sugere uma propagação do vírus na Europa antes de iniciar a pandemia global.
Ao usar amostras de soro recolhidas rotineiramente em 9.144 adultos, foi possível identificar 353 participantes com um teste positivo ao SARS-CoV-2, entre os quais 13 foram entre novembro de 2019 e janeiro de 2020 e foram confirmados por testes de neutralização de anticorpos.
Investigações a 11 desses participantes revelaram a experiência de sintomas possivelmente relacionados a uma infeção por SARS-CoV-2 ou potenciais situações de risco à exposição do vírus.
No entanto, esta não foi a única investigação acerca da deteção de anticorpos SARS-CoV-2 no período pré-pandemia.
Segundo o artigo da Tumori Journal, também publicado em 2021, foi investigada a presença de anticorpos específicos relacionados com o SARS-CoV-2 em amostras de sangue de 959 indivíduos assintomáticos inscritos num estudo de rastreamento de cancro do pulmão, entre setembro de 2019 e março de 2020.
Anticorpos específicos para SARS-CoV-2 foram detetados em 111 dos 959 (11,6%) indivíduos.
Este estudo revela uma circulação inesperada e muito precoce do vírus em indivíduos assintomáticos em Itália vários meses antes da identificação do primeiro paciente.
A nível internacional, existem inúmeras investigações que apontam também nessa direção.
Entre elas, um artigo reportou o caso de um paciente hospitalizado por hemoptise (distúrbios pulmonares) numa unidade de cuidados intensivos em dezembro de 2019 em Paris, França. Uma análise molecular confirmou o diagnóstico da infeção por SARS-CoV-2.
Outro estudo feito pela Universidade de Harvard mostrou um aumento significativo de tráfego hospitalar na região de Wuhan desde o Outono de 2019.
Estas descobertas sugerem que o vírus podia já estar em circulação antes do surto em vários países.
O Ministro das Relações Estrangeiras da China contestou a descoberta e disse à Bloomberg que se enquadram na mesma categoria que outras alegações falsas sobre as origens do coronavírus.
“A rastreabilidade do vírus é uma questão científica séria que deve ser abordada pelos cientistas. A campanha antiepidémica da China está aberta ao mundo, a situação é clara, os fatos são claros à primeira vista e resistem ao teste do tempo e da história”.