Durante a pandemia de 2020, os rastreios oncológicos foram fortemente afetados, tendo ocorrido períodos de suspensão da atividade. As taxas de adesão dos utentes mantiveram-se estabilizadas, face aos anos anteriores, mas a oferta do SNS diminuiu. As mulheres foram as mais afetadas, dado que houve uma redução acentuada nos rastreios do cancro da mama e do colo do útero.
Em 2020, face a anos anteriores, segundo avança o Tribunal de Contas, a taxa de adesão dos utentes aos rastreios oncológicos manteve-se estável, mas a menor oferta do SNS resultou numa diminuição da atividade dos programas de rastreio de base populacional.
No ano da pandemia, em comparação com o ano anterior (2019) o número de utentes convidados a realizar rastreio para o cancro da mama, cancro do colo do útero e cancro do cólon e reto sofreu um grande decréscimo.
• No rastreio do cancro da mama, o número de mulheres convidadas foi 46% inferior, o número de mulheres efetivamente rastreadas diminuiu em 49%, e o número de casos positivos referenciados foi 38% inferior;
• No rastreio do cancro do colo do útero, o número de mulheres convidadas foi 54% inferior, o número de mulheres efetivamente rastreadas diminuiu em 51%, e o número de lesões positivas referenciadas foi 28% inferior;
• No rastreio do cancro do cólon e reto, o número de utentes convidados foi 38% inferior, o número de utentes efetivamente rastreados diminuiu em 39%, e o número de casos com lesões positivas foi 20% inferior.
O ano de 2020 ficou marcado pela suspensão da atividade dos rastreios, com particular incidência nos meses de março, abril e maio, decorrente da estratégia de resposta à pandemia.
Como consequência desta suspensão, verificaram-se reduções acentuadas na atividade dos programas de rastreio de base populacional, particularmente em relação ao cancro da mama e ao cancro do colo do útero (Quadro 28).