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Austrália com 16% de excesso de mortalidade

O excesso de mortalidade na Austrália atingiu os 16% em 2022. Os dados referem-se até 30 de setembro e fazem parte do relatório de Estatísticas Provisórias de Mortalidade. Outro relatório, feito pelo grupo de trabalho australiano para acompanhamento da mortalidade associada à covid-19, diz que as diferenças de óbitos, principalmente em idades mais novas, merecem ser investigadas.

O Australian Bureau of Statistics (ABS), o organismo oficial de estatística australiano, indica no seu relatório de 22 de dezembro que em 2022, ocorreram até 30 de setembro 144.650 mortes, que foram registadas até 30 de novembro. A diferença de quase 20 mil mortes corresponde a mais 16% que a média de base.

A análise do Grupo de Trabalho da Mortalidade Covid-19, do Actuaries Institute, da Austrália, regista um aumento de 13% acima do esperado, tendo em conta os dados do ABS de final de novembro. 

O Grupo de Trabalho refere que no período entre 2020-2022 há um “aumento claro” no excesso de mortalidade devido a doenças cardíacas isquémicas, a causa que mais contribui para o aumento de mortes. Seguem-se o cancro e as doenças cerebrovasculares.

O relatório refere igualmente que as mortes por diabetes têm sido “genericamente maiores que o esperado” durante a pandemia.

Na análise por faixas etárias, o relatório refere que está concentrado em grupos mais idosos, acima dos 65 anos, mas que “existe uma percentagem significativa em todos os grupos etários em 2022”.

Karen Cutter, a porta-voz do Grupo de Trabalho, refere que “as diferenças merecem investigação”, destacando o aumento dos casos em mulheres não idosas.

O Grupo de trabalho refere que “continua a prever que a covid-19 seja a terceira causa de morte na Austrália em 2022”.

Estatísticos apontam possíveis causas para excesso de mortalidade

O relatório de 7 de dezembro do Actuaries Institute da Austrália indica vários fatores que poderão ter contribuído, com maior ou menor impacto, para o excesso de mortes não relacionadas com a covid-19.

Entre as classificadas como elevadas, estão as sequelas pós covid-19 ou as interações da doença com riscos subsequentes que podem levar à morte, caso das doenças cardíacas. É também referido o atraso nos cuidados de emergência, especialmente durante os picos de casos de covid e gripe.

O deslocamento da mortalidade é apontado como uma possível causa de impacto moderado, que poderá diminuir durante o tempo. Os autores do relatório referem que no primeiro ano da pandemia houve menos mortes do que o esperado, motivado pela ausência de muitas doenças respiratórias, o que se aparentemente também se verificou em 2021. Mas em 2022 houve o reverso: “pessoas que de outra forma poderiam ter morrido antes, se os seus sistemas tivessem sido atacados por doenças respiratórias, podem estar agora a sucumbir das suas doenças subjacentes”.

Com impacto leve a moderado, que poderá aumentar com o tempo, o Actuaries refere o atraso nos cuidados de saúde rotineiros. É dado como exemplo a falta ou o atraso na deteção de doenças cancerígenas. Referem igualmente que esse atraso pode ser um fator no aumento de mortes por outras causas, como doença isquémica do coração e diabetes, entre outros.

Os problemas de saúde mental e as mudanças no estilo de vida influenciadas pela pandemia são consideradas como tendo um impacto reduzido no excesso de mortalidade.

Apesar de considerar como um impacto “insignificante”, o relatório refere como possível causa as mortes relacionadas com as vacinas: “embora tenham existido mortes na Austrália causadas pela administração de vacinas covid-19, o número dessas mortes tem sido pequeno”.

O último relatório de segurança da vacina, datado de 17 de novembro, mostra que, das 944 notificações de morte após a vacinação, apenas 14 foram causadas pela administração da vacina. A análise estatística compara as datas das campanhas de vacinação na Austrália e conclui que “não se enquadra com o momento ou a forma do excesso de mortalidade”.

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