As revisões da Cochrane são a referência máxima da evidência científica. Nesta nova revisão, foram incluídos RCTs/Cluster-RCTs sobre máscaras no período de pandemia. Os resultados continuam a sugerir efeitos nulos/residuais na redução da transmissão, mesmo para respiradores (N95). Apesar de muito pouca investigação sobre máscaras de pano, os investigadores referem o RCT de 2015, que revelou uma associação significativa entre o seu uso e o aumento de contágios (influenza) em trabalhadores de saúde.
A Cochrane atualizou a sua revisão sistemática sobre “Intervenções físicas para interromper ou reduzir a propagação de vírus respiratórios”.
Foram incluídos novos RCTs e cluster‐RCTs (610.872 participantes). O número total de RCTs sobre máscaras, que foram considerados, chegou assim aos 18 (78 para todas as interveções).
Os autores concluem que se observa “falta de efeito do uso de máscara para interromper a propagação da doença semelhante à gripe (ILI) ou de influenza/COVID‐19”.
O efeito médio estimado para a doença confirmada em laboratório (influenza/SARS-Cov-2) após confirmação laboratorial é mesmo nulo (efeito residual de aumento).
Máscaras de pano
A evidência de qualidade sobre máscaras de pano é muito diminuta. No entanto, os autores do estudo referenciam o RCT (2015), que se debruçou sobre o uso de máscaras de pano por profissionais de saúde.
Nesse estudo, o uso de máscaras de pano foi associado a um risco significativamente maior de infeção por vírus respiratório confirmado em laboratório. Os autores sugeriram como possíveis causas para o aumento de infeções: a retenção de humidade, a má filtração e a penetração do vírus através da máscara.
Revisões Cochrane
As revisões sistemáticas da Cochrane são consideradas o “golden-standard” da medicina baseada na evidência. Usam critérios apertados para selecionar apenas evidência de alta qualidade e, assim, maximizar a fiabilidade dos seus resultados.