Proponho o seguinte exercício de imaginação coletiva- pensem que de repente a revisão constitucional que está em marcha no nosso país um pouco ncompreensívelmente atabalhoada e até diria sem grande pertinência, que mereceu já duras críticas por parte de diversos intervenientes do espaço mediático e motivou inclusive uma queixa crime por parte de um grupo de cidadãos, nos quais eu me incluo, fizesse parte de um processo bem mais lato, distópico, complexo e pérfido de perda de liberdades e autonomia por parte de entidades locais e regionais, em prol do surgir paulatino mas firme e consistente, de uma entidade supra hierárquica de nome OMS, que perante uma hipotética situação anómala e extraordinária pandémica, próxima do que vi(ve)mos há pouco tempo, chamasse a si o (b)ónus e até a responsabilidade de (co)ordenar massivamente uma resposta global, à revelia de qualquer estado soberano, ou de qualquer prerrogativa ou opinião contrárias ao entendimento e diretivas potencialmente hegemônicas e totalitárias desta pertença autoridade, como já se ensaiou no passado recente? E se de repente e dando asas à nossa imaginação, essa normativa transversal e homogénea coercivamente, obrigasse todos os países a adotarem medidas, mesmo aquelas mais insensatas e despropositadas tais como: lockdowns forçados, monitorização de todos os passos dos cidadãos num determinado perímetro ou área para contenção do suposto risco através de aplicativos e check points, adopção de testagens massivas na população, e claro vacinação obrigatória e regular com recursos a terapias genéticas e mRNas, criando cobaias involuntárias para conter a “ameaça” independentemente dos seus líderes eleitos e suas populações terem funda(ment)adas dúvidas e reservas quanto aos resultados, eficácia ou até segurança destas indicações, como ocorreu na Suécia no passado recente, em que esta não afinou pelo mesmo diapasão dos demais.
E se ambas as situações aqui descritas fossem parte integrante da mesma moeda (de troca) perniciosa entre segurança e liberdade, dois rostos da mesma estratégia opressora, opostos, mas simultaneamente componentes intrinsecas de um só objecto como a cara e a coroa delimitadas entte si por um corpo comum e por uma “barreira”, parecem dar a percepção errada de serem opostos. Anverso e reverso, um operando na sombra e envolvendo todos os demais países, o outro menos subreptício, mais localizado, mas ainda assim, encobrindo as suas reais motivações com uma capa de boas intenções.
Ficção, teorias conspiracionistas, exagero, chalupismo?
Pensem outra vez, pois a julgar pelas inúmeras reuniões que têm vindo a ter lugar nos últimos meses com o objectivo de desenvolver uma solução transversal e única um pouco por todo o globo, sem que seja dada nota nos órgãos de comunicação social, pelo menos nos meios de maior difusão, dessa mesma dinâmica e intenção (senão uma tímida e fugaz nota de rodapé no site oficial da OMS quando ocorridas as reuniões), parece mesmo ser o caso.
Se a juntar ao timing das duas situações entendermos e analisarmos o teor e conteúdo dos pontos de mudança de revisão sugerida sobretudo pelo Partido Socialista [1] e dos rascunhos gizados do tratado global pandémico, e da não menos relevante alteração e emendas ao instrumento normativo de Saúde internacional datado de 2005 intitulado IHR, chegamos à conclusão que nos devemos mesmo começar a desassossegar dada a direta relação se não mesmo similitudes que ambos os documentos apresentam, não apenas pelas razões que evocam para que sejam suprimidos temporariamente os direitos e liberdades dos cidadãos, chegando mesmo a poderem ser isolados contra a sua vontade perante um patógeno ou um agente infeccioso desconhecido e potencialmente letal, mas também pela implementação de mecanismos, que à data de hoje já vâo sendo referidos como positivos e desejáveis, tais como a inovação em saúde com vista a mais experimentalismos cientificizados e a monitorização e controlo do agregado populacional, vulgo pessoas.
Tudo o que enunciei nâo é fruto da imaginação de um criativo ou algo que irá acontecer no futuro longínquo, é a descrição sumária de processos que têm vindo a ser mais ou menos equacionados de forma discreta mas que precipitam cada vez mais as regiões do mundo para este tipo de desfecho, que no limite permitirá que tudo seja feito sem a mínima anuência quer dos estados, quer das pessoas que neles habitam, já que muitas das propostas pretendem ter carácter vinculativo legal à luz do direito Internacional. Tudo em nome do tão disseminado e proferido bem comum, que visa desculpar o indesculpável com vista a um mundo asséptico e sem sofrimento em que a liberdade e autodeterminismo dos povos é um entrave ao suposto progresso que de repente se quer imprimir a toda a força no mundo e nos documentos oficiais que aqui enunciámos.
Antes de apoiarmos tudo isto de ânimo leve, é bom lembrar de que o caminho que seguimos já foi trilhado por outros antes de nós na primeira metade do século XX com resultados desastrosos para toda a humanidade.
Bruno Monarca
Consultor e Gestor