A recente Cimeira Para um Novo Pacto Financeiro Global de Paris pretendeu relançar o debate sobre o financiamento do desenvolvimento sustentável global, apesar de ficar aquém das espectativas. Aliás, a Suécia inaugura um contraciclo da agenda energética ao regressar à energia nuclear como único «sistema energético estável», nas palavras de Elisabeth Svantesson, ministra das finanças.
A Cimeira Para um Novo Pacto Financeiro Global realizou-se em Paris entre 22 e 23 de junho, tendo lançado uma proposta de arquitetura para um novo sistema financeiro mais robusto e com o triplo objetivo de salvar o planeta das «mudanças climáticas», proteger a biodiversidade e lutar contra a desigualdade no mundo – esta última agravada com a crise pandémica. Concluiu-se que o afastamento anual dos países menos desenvolvidos relativamente ao programa de desenvolvimento sustentável é estimado em cerca de 2.5 triliões de dólares, pelo que é urgente a tomada de medidas concretas.
Desta reunião saem algumas iniciativas, sendo a mais importante a definição de um mapa de eventos e reuniões. Outras iniciativas poderão vir a ser tomadas como a discussão de uma taxa aplicável às emissões resultantes da navegação marítima, o lançamento de novos tipos de seguros associados ao desenvolvimento de projetos de desenvolvimento, ou ainda o financiamento de sistemas de emergência.
Os países menos desenvolvidos procuraram obter boas vontades quanto à possibilidade de renegociação do pagamento da dívida mas, a avaliar os resultados concretos à saída da reunião, algumas vozes críticas sugerem a limitação dos resultados obtidos, nomeadamente relativamente ao compromisso dos países mais ricos face à renegociação do pagamento da dívida e ao financiamento de ações dirigidas às alterações climáticas.
Sob a iniciativa do presidente francês Emmanuel Macron, o evento reuniu mais de trezentos participantes incluindo chefes de estado e de governo assim como representantes de organizações internacionais da sociedade civil e do setor privado.
Pode-se acrescentar que a agenda do desenvolvimento sustentável tem suscitado alguma preocupação quanto à rapidez da sua concretização. Como parece ser o caso da Suécia, relativamente aos Acordos de Paris, ao ter aberto as portas à energia nuclear porque é a única, no momento presente, capaz de suportar um «sistema energético estável» necessário à sociedade atual, segundo a ministra das finanças sueca Elisabeth Svantesson.
Outros países manifestam idêntica preocupação com a celeridade do processo relativo à implementação das «energias renováveis», uma «agenda verde» globalista pressionada por um conjunto de instituições internacionais como o Fórum Económico Mundial, a ONU, a OMS, o Banco Mundial, os Acordos de Paris sobre as Alterações Climáticas e a Administração norte-americana.
Outras leituras
UNESCO takes part in Summit for a New Global Financing Pact | UNESCO
Paris climate finance summit delivers momentum but few results – POLITICO