O último grande estudo global sobre a mortalidade associada a temperaturas extremas estimou que 89,4% dessas mortes foram associadas ao frio. Entre 2010 e 2019, o excesso de mortes relacionadas com o frio diminuiu 0,51%, enquanto que as relacionadas com o calor aumentaram 0,21%, o que originou uma redução do número de mortes. Apesar destes dados, a associação entre a mortalidade e o calor na comunicação social parece ser 2,8 vezes mais prevalente do que em relação ao frio.
Um estudo publicado no The Lancet estimou em 5,083,173 o número de mortes anuais atribuídas a temperaturas não-ideais. Dessas, 4,594,098 (89,4%) foram associadas ao frio e 489,075 associadas ao calor.
Em termos de excesso de mortalidade total, esses valores representam, respetivamente, 8,52% e 0,91%.
Redução da mortalidade associada ao clima
Entre 2000 e 2019, o excesso de mortes associadas ao frio diminuiu 0,51%, enquanto excesso relacionado com o calor aumentou 0,21%. Ou seja, existiu uma redução do número global de mortes associadas ao clima.
Regiões mais afetadas
Do total do excesso de mortes associadas ao clima, mais de metade ocorreu na Ásia e quase um quarto em África. A Europa foi responsável por 16,4% dessa mortalidade. Em qualquer das regiões a grande maioria das mortes resultaram do frio.
A título de exemplo, em África dos 11,7% de excesso de mortalidade associado às temperaturas anormais, 11,52% foram atribuídas ao frio e apenas 0,25% ao calor.
Maior destaque das mortes associadas ao calor
Apesar do frio provocar um número incomparavelmente maior de mortes (quase dez vezes mais segundo este estudo), o destaque mediático parece ser dado às mortes provocadas pelo calor.
Por exemplo, uma pesquisa no Google por notícias revela que existem cerca de 2,8 vezes mais referências a notícias sobre mortes “causadas pelo calor” do sobre as “causadas pelo frio”.