O fecho de contas de Nigel Farage originou um vasto conjunto de críticas, desde o primeiro-ministro a outras figuras públicas e provocou igualmente a demissão da CEO do NatWest Group, Coutts Bank.
O fecho da conta bancária de Nigel Farage sem explicação terá levado o Secretário da Economia do Tesouro britânico a convocar a direção do banco Coutts.
Andrew Griffith, também Ministro da City desde setembro de 2022, já afirmou que o governo tomará as medidas necessárias para proteger os clientes de práticas semelhantes, sobretudo relativamente a «pessoas politicamente expostas.».
Ontem mesmo, o primeiro-ministro britânico confirmou total discordância com o «fecho de uma conta bancária por motivos de ideias políticas…», porque «…se trata de valores…» tais como «…a liberdade para falar…» e de «privacidade.».
O antigo líder do Partido Liberal e partidário do movimento Brexit queixou-se deste ato sem precedentes, sobretudo depois de uma longa ligação superior a 40 anos ao banco Coutts.
Posteriormente à entrega do processo individual ao político britânico, Alison Rose, CEO do NatWest Group, que já pediu a demissão, lamentou o ocorrido que classificou de inaceitável e inapropriado, ao afirmar «Eu acredito firmemente que a liberdade de expressão e o acesso à conta bancária são fundamentais para a nossa sociedade, e não é nossa política inibir um cliente na base de sustentar legalmente posições pessoais e políticas.».
Alison Rose apresentou a sua demissão ainda esta semana, depois de admitir estar diretamente envolvida no processo levantado pelo banco a Farage e ser a fonte de informação passada a um jornalista da BBC.
No referido processo, com cerca de 40 páginas, tinham sido escritos vários comentários relativos à posição política de Nigel Farage «devido à sua perspectiva pública que estava em desacordo com a nossa posição enquanto organização inclusiva.», confirmando ainda que « … não tinha sido uma decisão política mas uma fundamentalmente centrada na inclusividade e no propósito.». Porém, no mesmo documento é explicitamente afirmado que Farage tem uma «…posição xenófoba, chauvinista e racista …». Relativamente à perspetiva de Farage sobre política internacional, pode ler-se ainda que «…a sua alegada conexão à Rússia aumentou após a invasão da Ucrânia.» sendo uma espécie de «…admiração de um idiota útil.».
Outras reações não se fizeram de esperar. Piers Morgan, um jornalista da Sky News Australia, comenta o evento Farage como um exemplo explícito do «wokismo» corporativo sendo «…apenas a ponta do icebergue.». Também Kevin O’Sullivan, jornalista na Talk Tv, ao dirigir-se aos telespectadores afirma que eles «…concordarão que o fecho de uma conta bancária por motivos políticos é algo que se poderia experimentar na Coreia do Norte … é sinistro … é estalinista …».
Porém terá havido ainda outras situações parecidas com a presente situação. No início de julho também a Baronesa Claire Fox, numa entrevista à Talk TV, teria comentado como vivia uma situação idêntica uma vez que o Metro Bank também lhe tinha fechado a conta «sem explicação.».
Nigel Farage veio agradecer publicamente todo o apoio que tem tido, mas não deixou de referir que é preciso que toda a direção do banco Coutts resigne, e não apenas Alison Rose que, ainda nas palavras do Professor Frank Furedi, «personifica o novo ‘establishment’.».
Leituras
PM on Nigel Farage banking row – YouTube
Minister Summons Bank Bosses Over Nigel Farage Account Closure | ZeroHedge
NatWest boss Alison Rose resigns over Nigel Farage bank account leak – YouTube