Objetivos de médio prazo resultam!
Segundo o imparcial Papa Francisco no dia 6 de agosto, na sua viagem de avião TAP de regresso ao Vaticano, referiu que as JMJ2023 foram as mais bem organizadas das quatro em que participou.
Isto leva a uma profunda reflexão sobre qual é o nosso destino como povo e como país. Quando temos objetivos de médio prazo bem definidos, que realçam o bom nome de Portugal, tal como a Expo 98, Euro 2004, Web Summit 2016, JMJ 2023, há uma mobilização suportada pelo amor a Portugal e uma vontade de tão bem receber, quão de excelência em nos superarmos. E, mais interessante, os melhores, sejam eles voluntários ou profissionais, encontram-se todos, para apoiar a realização de algo lendário em que Portugal seja beneficiado. Não há esquemas de interesse de curto prazo, nem degradação de valores, o que resulta, são momentos de excelência coletiva que tanto nos orgulham como povo.
Ora esta matriz comum aos grandes acontecimentos mais recentes da História Mundial que Portugal esteve encarregue de organizar, leva à reflexão de que provavelmente uma das soluções para nos destacarmos, é termos objetivos ou metas de médio prazo, que possam ajudar a elevar a dedicação e a libertar o talento que os portugueses têm para realizar com elevada distinção e empenho grandes feitos.
Fazendo o paralelismo com a história, e falando em matéria de objetivos de curto prazo, pedindo desde já desculpa pela comparação (cujo paralelo humanista seria diferente), as JMJ poderão ser equiparadas à travessia de Gago Coutinho e Sacadura Cabral no início do século passado ou à descoberta do caminho marítimo da Europa até à India alguns séculos antes. Estes dois acontecimentos, mudaram o curso da história e este milhão e meio de jovens irá ajudar a melhorar as suas respetivas sociedades.
E Portugal, como vai capitalizar esta oportunidade?
Espero que seja mais evidente, que só com uma noção clara para aonde nos dirigimos, poderemos aspirar a ter um povo empenhado em dar o seu melhor. Os nossos líderes têm de ter a coragem e o caráter para ser arquitetos de uma prosperidade histórica, que possa contar com o contributo destes jovens, para, em conjunto, abrirmos novas perspetivas e contribuirmos com uma nova estrutura para um mundo em transição, fixando metas de médio prazo e outras que levarão uma geração.
Infelizmente, não temos tido a habilidade de aproveitar estes talentos da melhor maneira, fruto de benefícios táticos de curto prazo, nomeadamente eleitoralistas, estando Portugal cada vez pior em alguns indicadores, desde os de bem-estar, os ético-sociais e os económicos (greves na educação, lista de esperas na saúde, tempo de execução na justiça, precariedade de emprego, baixo salário, aumento de empréstimos bancários para quase o dobro só este ano).
Temos de ter líderes que ao contrário, emprestem perspetiva e articulem o interesse nacional, transcendendo o senso comum do nosso tempo, através da visão e dedicação. Que pretendemos? Aproximarmo-nos de ser a Singapura da Europa? Ou de termos indicadores, como os Emiratos Unidos? Caminharmos para sociedades mais equilibradas e felizes como as do Norte da Europa? Independentemente das metas a fixar de médio e longo prazo, ficou demostrado que o nosso ADN coletivo, tem capacidade para surfar no Amor… NÃO TENHAMOS MEDO
Pedro Matos
Professor Universitário em Mestrados Executivos de Estratégias Internacionais e Digitais, bem como em Inovação e Competitividade Empresarial. Doutor em Estratégias Internacionais pela Universidad Complutense de Madrid e Mestre em Comportamento Organizacional com dissertação em Liderança pelo ISPA
Executive Board Member da CCIAP – Câmara de Comércio e Indústria Árabe Portuguesa. Consultor e facilitador em Liderança e estratégia de novas oportunidades de negócio de Multinacionais (Amazon France, Amazon España, Bosch Brasil, Bosch España e Bosch Portugal, Maersk Sealand, Century 21).
Doutor em Estratégias Internacionais pela Universidad Complutense de Madrid e Mestre em Comportamento Organizacional com dissertação em Liderança pelo ISPA