A não divulgação das mensagens de texto trocadas entre von der Leyen e o CEO da Pfizer, que conduziram a um negócio multimilionário, foi alvo de inúmeras críticas e deu origem a uma proposta da comissão para o tratamento desse tipo de mensagens. No entanto, essa proposta deixa a Presidente e os Comissários de fora do escrutínio público. Já quando era ministra da defesa alemã, uma investigação a contratos concedidos ilegalmente sob a sua alçada, apurou que von der Leyen apagou mensagens do seu próprio telemóvel.
Após a polémica da não divulgação de mensagens entre a presidente da comissão europeia e o CEO da Pfizer, a Comissão propôs um quadro comum para o tratamento de mensagens de texto em todas as instituições da União Europeia.
No entanto, essa proposta está a ser fortemente criticada por parlamentares europeus, especialistas e pela Provedora de Justiça Europeia, especialmente por esta não se aplicar a comissários e às suas mensagens de texto.
Esse facto sugere que a Comissão deseja proteger a presidente e os Comissários do escrutínio público sobre decisões importantes da União Europeia.
Falta de transparência na negociação com a Pfizer
Em causa está a recusa por parte de Ursula von der Leyen de divulgar as mensagens de texto privadas trocadas entre ela e Albert Bourla, CEO da Pfizer, que conduziram a um negócio que poderá ter ascendido a 35 mil milhões de euros.
A Provedora de Justiça Europeia abriu mesmo um processo sobre essa questão e recomendou, posteriormente, que a Comissão “procure novamente mensagens de texto relevantes” e avaliasse se lhes pode ser concedido acesso público de acordo com o Regulamento em vigor.
A Provedora de Justiça da EU considerou que “não foi feita qualquer tentativa para identificar se existia alguma mensagem de texto” e dirigiu fortes críticas à Comissão:
“A Comissão Europeia tornou-se menos transparente, menos responsável perante o Parlamento Europeu e francamente mais descontrolada em relação à democracia europeia”.
Também o CEO da Pfizer se recusou comparecer perante o comité especial da COVI do Parlamento Europeu, que procurava obter respostas em relação a esses acordos, e não prestou qualquer esclarecimento público sobre o assunto.
Historial de von der Leyen
Como noticiámos antes, esta não foi a primeira vez que a atual presidente da Comissão alega ter apagado mensagens de texto relativas a contratos suspeitos.
Quando era ministra da defesa alemã, uma comissão de inquérito que estava a investigar contratos concedidos ilegalmente sob a sua alçada, apurou que von der Leyen apagou mensagens do seu próprio telemóvel.
Referências:
Ver também:
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