O Governo sueco planeia instalar mais 2500 câmaras no próximo ano, permitindo: (1) o reconhecimento facial, inclusive através de inteligência artificial; (2) a utilização de drones; e (3) a monitorização automática de matrículas. O governo justifica as medidas com o combate ao crime de gangues, que assola o país. Os direitos à privacidade estão a diminuir em diversos países e ONGs, como o Fórum Económico Mundial, têm instigado mesmo a adoção de sistemas de créditos sociais, com justificações como o aumento da “inclusão” ou a luta contra as alterações climáticas.
O governo sueco irá acelerar o seu plano de vigilância pública com o objetivo de combater o crime de gangues. O Ministro da Justiça, Gunnar Strömmer, anunciou que serão instaladas mais 2500 câmaras no próximo ano, cinco vezes mais as que estavam previstas no plano anterior.
Para além disso, passa a ser permitido a utilização de reconhecimento facial, de drones e do acesso a câmaras externas. As mudanças propostas na lei também incluem o uso de inteligência artificial (para o reconhecimento facial) e a monitorização automática de matrículas.
Segundo ele, o objetivo é combater a onda de tiroteios e atentados entre gangues rivais que têm ocorrido no país e acredita que a população está mais preocupada com a segurança do que com a privacidade.
“Não creio que as pessoas estejam preocupadas com o facto de serem filmadas, mas sim com a possibilidade de verem a sua casa explodir ou de serem alvejadas enquanto fazem compras”.
Estados de vigilância e o exemplo Chinês
Vários países, como Singapura e India têm, sob os mais variados pretextos, avançado na implementação de legislação e implementação de programas de forte vigilância sobre os seus cidadãos.
A China é o caso mais “avançado” de um “Estado de Vigilância”, com um controlo praticamente absoluto dos comportamentos individuais, articulados com um sistema de créditos sociais que penaliza “comportamentos desajustados”.
Mesmo no mundo ocidental, um conjunto crescente de personalidades, particularmente as relacionadas com o Fórum Económico Mundial (FEM), vêm advogando os benefícios desse tipo de sociedade.
Já em 2016, Ida Auken, uma das Líderes Globais do FEM e das políticas mais influentes na Dinamarca, dizia:
“De vez em quando, irrito-me com o facto de não ter verdadeira privacidade. Não há nenhum lugar onde possa ir e não ser registado. Sei que, algures, tudo o que faço, penso e sonho está registado. Só espero que ninguém o use contra mim.
Em suma, é uma boa vida. Muito melhor do que o caminho que estávamos a seguir, onde se tornou tão claro que não podíamos continuar com o mesmo modelo de crescimento.”
Referências:
Sweden promises more drones facial recognition in gang violence fight – EURACTIV.com
Ver também:
Entrevista ao “Isto é o Povo a falar”- O Fórum Económico Mundial
A OMS e o Passaporte Digital – Saúde Global ou Ditadura da Vigilância?