A investigação, a decorrer há anos, aos negócios do lítio e do hidrogénio, terá levado a novas dúvidas sobre a legalidade dos “negócios verdes” do governo. O projeto de mega dados da empresa Start Campus, que promete neutralidade carbónica, está sob investigação. Entre os vários suspeitos de crimes, estão vários governantes e pessoas próximas de António Costa.
A Start Campus foi constituída em 2020 (ou em 2021, segundo o Linkedin da empresa) e ficou responsável pelo Projecto SINES. O projeto propõe-se ter uma “pegada positiva com operações neutras” em termos de carbono até 2025 e totalmente neutras até 2028.
É desenvolvido em parceria com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), a Câmara Municipal de Sines e o Governo português. Envolve, pelo menos, os ministérios da Economia e Transição Digital, do Ambiente e da Transição Energética, das Infraestruturas e da Habitação e dos Negócios Estrangeiros e da Internacionalização.
Investigação
A investigação de outros negócios, relacionada com energias renováveis, como os contratos para exploração do lítio e uma central energia (hidrogénio), terão levado os investigadores a encontrarem indícios de crimes relacionados também com o Start Campus.
Entre os arguidos encontram-se: João Galamba, atual ministro das Infraestruturas e um dos principais promotores dos negócios investigados; Nuno Lacasta, Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente; Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro, suspeito de exercer influência direta sobre o primeiro-ministro.
Foram também detidos: Nuno Mascarenhas, o Presidente da Câmara Municipal de Sines, que recebeu 100 mil euros para “projetos de apoio à comunidade”; dois administradores da sociedade Start Campus e Diogo Lacerda Machado, pessoa muito próxima de António Costa e consultor de uma das detentoras da Start Campus. Alguns desses nomes poderão estar a ser investigados neste processo, num dos relacionados com o lítio ou com o hidrogénio, ou em vários.