Não obstante os esforços dos psicólogos e psiquiatras, as novas leis que estão a ser aprovadas por todo o mundo ocidental parecem estar a encorajar o suicídio. Além disso, no Reino Unido, dados oficiais mostram que o pico de mortes em 2020 teve alta correlação com o uso generalizado de injeções letais de Midazolam nos hospitais.
As mudanças neste mundo vertiginoso já quase nos tiraram a capacidade de ficar chocados. Ainda assim, há acontecimentos em relação aos quais não podemos mesmo permanecer insensíveis. Segundo uma recente investigação médica publicada em Janeiro deste ano, que teve por base dados oficiais do governo do Reino Unido sobre taxas de mortalidade e causas, foi identificada uma alta correlação entre o excesso de mortalidade durante a pandemia e o uso generalizado de injeções letais de Midazolam nos hospitais.
Foram descobertas evidências de que dezenas de milhares de idosos foram eutanasiados para aumentar as taxas de mortalidade. A causa de suas mortes foi então classificada como “Covid”, fazendo parecer que o vírus estava a matar muito mais idosos do que realmente acontecia. Os pacientes teriam sido eutanasiados com uma injeção de Midazolam para elevar o número de “mortes por Covid” e aumentar o medo da população a fim de obter apoio para lockdowns e vacinas.
Oficialmente considerado meio de “sedação paliativa”, o Midazolam só deve ser usado em casos muito específicos e com o consentimento do paciente ou de seus representantes.
O artigo “mostra que o pico de mortes no Reino Unido, erradamente atribuído à COVID-19 em abril de 2020, não foi devido ao vírus SARS-CoV-2, que estava em grande parte ausente, mas sim ao uso generalizado de injeções de Midazolam que estatisticamente mostraram alta correlação (coeficiente acima de 90%) com o excesso de mortes em todas as regiões da Inglaterra durante 2020. O uso generalizado e persistente de Midazolam no Reino Unido sugere uma possível política de eutanásia sistémica.”.
Entretanto, em 2024 no Canadá, pessoas sem doenças incuráveis estão a ser encorajadas a optar pelo suicídio.
Tal como em Portugal, a lei canadiana Medical Assistance in Dying (MAID) permite que adultos solicitem serviços de “morte assistida”. O Parlamento local está agora a debater uma revisão da lei que, quando ficar em vigor, permitirá que pessoas apenas com problemas de saúde mental possam também pedir o chamado suicídio assistido. Cada nova alteração da lei tem vindo a abranger mais grupos de pessoas.
Como chegámos aqui?
Artigo 134.º do Código Penal português (na prática revogado em 2023 com a aprovação da lei da eutanásia)
Homicídio a pedido da vítima
1 – Quem matar outra pessoa determinado por pedido sério, instante e expresso que ela lhe tenha feito é punido com pena de prisão até três anos.
Desde a Grécia Antiga e durante muitos séculos no mundo ocidental, o suicídio foi considerado um ato reprovável; a pessoa que cometia suicídio não recebia os ritos funerários dos cidadãos comuns e era sepultada fora dos cemitérios.
Atualmente, na Medicina e na Psicologia, a ideação suicida é considerada uma manifestação grave de transtorno mental. A depressão está ligada a mais de metade das tentativas de suicídio, muitas vezes é silenciosa e não percebida pelo próprio paciente ou por familiares e pessoas próximas.
Até agora, a medicina tem se esforçado para tratar as perturbações mentais, entre as quais se enquadra a ideação suicida. Para além da perturbação depressiva major, qualquer doença física também pode gerar condições que levem a um padrão de comportamento suicida.
Mas as novas leis que estão a ser aprovadas por todo o mundo ocidental parecem estar, pelo contrário, a encorajar o suicídio.
Nunca poderemos julgar quanto à verdadeira autonomia dos indivíduos que pedem a morte assistida (suicídio), especialmente nos países com dificuldade de acesso a cuidados de saúde mental. Os psicólogos são caros e muitos pacientes não os podem pagar. As listas de espera nos serviços psiquiátricos do SNS são enormes.
Além disso, as pessoas que pedem a eutanásia já são vulneráveis devido ao sofrimento físico ou mental, tornando-os suscetíveis a pressões externas. Algumas delas sentem-se como um fardo para as suas famílias e podem ser facilmente influenciadas.
O risco de os médicos, em certos países, recomendarem a eutanásia como uma medida de corte de custos para aliviar a pressão sobre o sistema de saúde é algo ainda mais perturbador.
Em vez de tratar o quadro depressivo concomitante a uma doença física grave, o Estado incentiva o suicídio? Em vez de disponibilizar psicólogos e psiquiatras para acompanhar as pessoas com psicopatologias, bem como proporcionar medicamentos que já controlam a dor física, o Estado prefere que elas sejam ajudadas a morrer?
Todos estes eventos preocupantes, desde a recente pandemia à aprovação de leis sobre a descriminalização do homicídio a pedido, parecem ter um fio condutor. Muito provavelmente, o leitor já o identificou. Sim, tudo leva a crer que o objectivo é reduzir, de forma desumana e por vários meios, o número de pessoas que habitam o nosso planeta. Vamos ficar calados?
Cristina Mestre
Psicóloga e tradutora
Licenciada em Neuropsicologia pela Universidade de Moscovo (MSU), nos últimos anos tem trabalhado principalmente em agências de notícias do Leste da Europa.