Somos um povo com tradições e costumes que mudam de localidade para localidade, de comunidade para comunidade, sendo a maioria delas, tradições seculares.
As novas gerações, seja no Algarve ou em Trás dos Montes vão participando na existência destas tradições locais devido principalmente ao trabalho de cada família junto das suas crianças ou então devido às coletividades que mantêm a chama dos costumes viva através da tradição oral e transmitindo com grande força mobilizadora, a importância de eternizar a História de cada terra.
Num país cada vez mais envelhecido e com o número de imigrantes a aumentar, não deveria a escola responsabilizar-se também na transmissão da História local, do património regional e das antigas tradições, no âmbito da disciplina de “Educação para a Cidadania”?
Eu penso que sim. Um conteúdo existente no programa geral da “Educação para a cidadania” seria de todo conveniente. Cada escola deveria ser responsável pela elaboração dos conteúdos sobre cada localidade, de forma a manter a riqueza da História local de Portugal junto das novas gerações.
O ensino de “história local” na sociedade portuguesa junto de crianças provenientes de outro país ou dos filhos de imigrantes também seria um ponto positivo desta componente programática, no sentido da condução à sua integração efetiva.
Sentirmo-nos identificados com a comunidade vizinha das nossas residências é o primeiro passo que se dá no sentido da paz social e da tolerância entre culturas diferentes. É uma medida simples, sem custos aos contribuintes e com grandes ganhos sociais….
Estará o próximo Governo e o ministro da educação dispostos a isso?
Paulo Freitas do Amaral
Professor de História