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O POVO ESCOLHEU O POVO ESCOLHIDO

Israel ficou em segundo lugar na votação do público. A certa altura, Israel chegou mesmo a liderar, para desgosto do establishment e das multidões que acreditam cegamente representar a rebelião quando, na verdade, não são apenas escravos, mas soldados do sistema.

Infelizmente, o primeiro lugar foi conquistado pelo cantor suíço (que tinha as credenciais certas para levantar o troféu, mas faltou força suficiente para o segurar com as mãos!) O que, por si só, já é um feito.

Para não falar do antagonismo intenso e sem precedentes, antes e durante a cerimónia, em torno de Eden Golan. De certa forma, a canção israelita é a vencedora da Eurovisão.

Sei que a Croácia venceu Israel no que diz respeito aos votos do público. Pessoalmente, achei a atuação dos Balcãs extraordinária. Os júris dos países também foram obrigados a reconhecê-lo. Mas tiveram vergonha de o fazer com Israel.

É um tabu. Não se pode elogiar publicamente Israel. Ou a Trump. Ou a qualquer um dos que estão na lista negra da intelligentsia. Por isso, as pessoas são obrigadas a votar no segredo de uma mensagem de texto ou de um boletim de voto. Uma escolha errada pode custar a sua reputação e, em certos casos, o seu salário.

Duvido que os votos a favor de Israel tenham vindo principalmente da diáspora judaica. Penso sinceramente que o descontentamento com o estado atual das coisas levou um número substancial de pessoas a dar pontos a Israel como forma de protesto.

É óbvio que o festival não deveria ter sido feito desta forma. Num mundo ideal, a pontuação seria atribuída unicamente com o objetivo de reconhecer as competências dos cantores. Mas vivemos numa época em que as capacidades foram substituídas por simpatia plástica pelos chamados historicamente oprimidos. O que, ironicamente, fez de um suíço um campeão!

É errado os activistas favorecerem Israel por outros motivos que não a música? Bem, é essa a natureza da Eurovisão, não é? Foram vocês que começaram, anti-semitas.

Também diria que o antissemitismo foi brutalmente contestado na noite de sábado. Todos nós ouvimos as vaias, todos nós vimos as Gretas, todos nós rimos das lágrimas de crocodilo da Bambie, mas as pessoas mostraram-se e apoiaram Israel em grande número.

E os números são tudo o que prevalecerá. Apesar de a participante portuguesa (não tenho a certeza se pode ser chamada de cantora, desculpem) ter dito no final da sua atuação que “a paz vai prevalecer”, no futuro este tipo de comentários políticos não passarão de meras notas de rodapé.

A história só se ocupará da apresentação dos vencedores e da classificação final. A bandeira do país e o nome dos vencedores podem certamente encontrar espaço nos registos, mas o resto é apenas pó.

A reação do mundo ao 7 de outubro foi, para mim, uma triagem. Ou seja, apercebi-me de que há certamente indivíduos com quem posso, por vezes, estar em sintonia, por oposição a outros que considero serem a minha equipa. Esta última consiste nas mentes brilhantes e arrojadas de Jordan Peterson ou Douglas Murray.

As pessoas não foram menos brilhantes e ousadas quando votaram maciçamente a favor de Israel. Podem não ter a capacidade de defender corajosamente os judeus na vida quotidiana devido às repercussões sociais, mas não hesitaram em erguer a voz no silêncio das suas casas.

Olavo de Carvalho costumava dizer que o cidadão comum é o verdadeiro salvador da civilização. Não são os académicos, nem os agentes culturais, na verdade, a batalha pelo senso comum é contra estes dois.

Alguns podem chamar-me ingénuo, mas eu estou totalmente otimista e tenho verdadeiras esperanças na humanidade depois de ver o mundo a defender Israel no atual clima hostil.

Penso que não se trata apenas de sionismo. Certamente, uma boa parte dos eleitores eram pessoas que foram negligenciadas pelas elites em nome de um mundo justo, igualitário e verde.

As pessoas estão a desistir da terra prometida global e a voltar-se para as coisas que interessam, para os factos e para a verdade, prestando atenção às necessidades dos seus semelhantes. A grande regeneração pode muito bem estar em curso.

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