Skip to content

Decidimos convidar todos os cabeça de lista às eleições europeias para uma entrevista. O motivo dessa decisão tem a ver fundamentalmente com (1) a necessidade de perguntar o que geralmente não é perguntado e (2) dar voz a todos os partidos legalmente constituídos.

Ao The Blind Spot, a presidente e candidata pelo RIR às eleições europeias, Márcia Henriques, explica que o partido se revê num “capitalismo moderado” e apoia uma maior intervenção do Estado apenas em “setores estratégicos” – nunca esquecendo, porém, que a iniciativa privada tem de ser protegida.

Em matéria de Ambiente, não poupa críticas à “transição energética”, que não considera estar a ser feita de “forma sustentável”, uma vez que, por exemplo, os investimentos nas energias renováveis não têm tido em conta problemas como a desflorestação. O processo “tem de ser feito com conta, peso e medida, e não é o que está a acontecer”, frisa a candidata.

Por outro lado, contesta a forte aposta nos veículos elétricos, devido à ausência de estudos que comprovem que são menos poluentes do que os carros ‘tradicionais’. 

Nesse sentido, aponta como principais problemas a exploração do lítio para as baterias e a capacidade de reciclagem dos seus componentes, que diz ser muito reduzida. Mostra-se preocupada com o futuro, e teme mesmo uma “catástrofe”, pelas questões ambientais relacionadas com a exploração de lítio, e as toneladas de baterias que se poderão vir a acumular.

No que respeita às políticas de imigração, Márcia Henriques considera que Portugal “não está a conseguir dar resposta” ao enorme fluxo de imigrantes, o que propicia um aumento da imigração ilegal e situações exploração dos imigrantes. Para fazer face ao problema, defende que a União Europeia aplique sanções aos países que não estejam a agir de acordo com os moldes legais, incluindo Portugal. E é peremptória:  o país “não tem condições para receber mais gente”.

Em matéria de Defesa, Márcia Henriques questiona-se: “Se alguém se lembrar de nos invadir aqui pelo Cabo Carvoeiro, como é que nos defendemos?”. Apologista da criação de Forças Armadas Europeias, diz que o país deve ser realista quanto à sua capacidade militar, e precisa de estar integrado numa espécie de “Euro-NATO” de forma a garantir a sua segurança.

Como advogada, a cabeça de lista do RIR é defensor da criação de uma Procuradoria Europeia e de um Tribunal Europeu para investigar e julgar casos criminais transnacionais. Quanto à regulamentação do lobbying, apesar de concordar com um registo de transparência, salienta que tal não basta para evitar eventuais abusos e casos de corrupção, porque “é fácil esconder e prestar informações falsas”. Defende, por isso, que a solução tem de passar por um reforço dos meios de investigação criminal, uma vez que as entidades lobistas “vão sempre encontrar uma forma de contornar a lei”.

Subscreva o canal de YouTube do The Blind Spot aqui.

Apoie o jornalismo independente >> https://theblindspot.pt/assinaturas/

Compre o e-book "Covid-19: A Grande Distorção"

Ao comprar e ao divulgar o e-book escrito por Nuno Machado, está a ajudar o The Blind Spot e o jornalismo independente. Apenas 4,99€.