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Decidimos convidar todos os cabeça de lista às eleições europeias para uma entrevista. O motivo dessa decisão tem a ver fundamentalmente com (1) a necessidade de perguntar o que geralmente não é perguntado e (2) dar voz a todos os partidos legalmente constituídos.

Joana Amaral Dias salienta “não ter passado por vários partidos” (apenas militou durante poucos meses no Bloco de Esquerda) e que esteve ligada, isso sim, a vários movimentos e alianças, até com partidos de esquerda e de direita, porque sempre defendeu “causas e não ideologias”. Nestas eleições europeias, a ativista e antiga deputada pelo Bloco de Esquerda, é cabeça de lista do ADN, para denunciar o cinismo das elites políticas, que se têm escudado no bem comum para impor medidas atentatórias das liberdades civis. Em entrevista ao The Blind Spot, a candidata diz que estas elites implementaram um “capitalismo ‘Blackrock’ que não serve a ninguém a não ser aos próprios”, ao passo que cresce o número de europeus a quem “não chega o segundo salário para pagar as contas”.

Com a atual ameaça de uma Terceira Guerra Mundial, é o escalar do conflito na Ucrânia que está no topo das preocupações do ADN. Algo que, para Joana Amaral Dias, seria uma “guerra total e final”, porque envolve quatro potências nucleares. E, se quisermos evitar este cenário, “a única via é a diplomática e da negociação”, afirma. Com a defesa intransigente da paz em mente, o partido considera que a Europa deve ser um protagonista, não neutro, mas credível, na mesa de conversações.

Igualmente central nesta candidatura do ADN está a luta contra o globalismo, patente na “verve totalitária e absolutista que está neste momento nos destinos da Europa, e da qual faz parte a obrigatoriedade do reconhecimento facial, a introdução da identidade digital, o fim do dinheiro físico, e uma série de medidas que são contrárias aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”.

Joana Amaral Dias aponta também o dedo à falta de democraticidade nas instituições europeias, das quais apenas uma – o Parlamento Europeu – é eleita pelo voto popular. “Estas elites não eleitas estão a perverter a democracia, ditando, de cima para baixo, aquilo que supostamente é para o nosso bem, quando o povo é que tem de mandar nos governos”, critica.

E sobre a crescente tendência do combate à “desinformação” e apelos da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a um maior controlo do discurso, a cabeça de lista pelo ADN não tem dúvidas: “Esta história da desinformação serve para controlo dos cidadãos”.

Assumindo-se contra um debate “ultrapolarizado” em torno da imigração, Joana Amaral Dias defende políticas que tenham em conta não só os imigrantes, como a capacidade da sociedade de acolhimento para os receber. “A Europa não pode abrir portas a toda a gente”, diz a candidata, fazendo também uma distinção entre os imigrantes económicos e os requerentes de asilo, que fogem da guerra e catástrofes naturais, e onde se incluem idosos, grávidas e crianças. Por outro lado, adverte para alguns efeitos negativos da imigração na Economia, e argumenta que “a política salarial, o salário real, é profundamente impactado pelo fluxo migratório”.  

Para a cabeça de lista do ADN, é imperativo acautelar conflitos de interesses nas instituições europeias, escrutinando os lobbies, e até mesmo algumas organizações não governamentais que têm tido “via verde e passadeira vermelha”, mas que são prejudiciais ao bem comum que tanto apregoam. E dá exemplos concretos, como a Fundação de George Soros, a Open Society, e a Fundação Rockefeller, que, afirma, “abocanharam o poder na Europa”.

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