“Os Invisíveis – Lesados das inoculações” expõe os rostos e os nomes de homens e mulheres que dizem ter sofrido efeitos secundários graves após a vacinação contra a covid-19. O documentário, produzido em Portugal e publicado no YouTube a 7 de junho, foi eliminado pela plataforma no dia seguinte por supostamente conter “desinformação médica”, mas algumas das alegadas vítimas apresentam relatórios médicos que confirmam que os sintomas que relataram foram provocados pelas vacinas. Por ter sido promovido por Joana Amaral Dias e divulgado durante a campanha eleitoral para as europeias, o partido ADN terá apresentado queixa à Comissão Nacional de Eleições por “condicionamento da mensagem política”.
Em “Os Invisíveis – Lesados das inoculações”, vários homens e mulheres dão o seu testemunho sobre as reações adversas que terão sofrido depois de terem recebido as vacinas contra a covid-19 ainda no ano de 2021. As alegadas vítimas relatam sintomas diversos, a maioria bastante graves e incapacitantes, e que incluem insuficiência cardíaca, coágulos sanguíneos, cansaço extremo, inchaço dos gânglios linfáticos, urticária, alteração da sensibilidade da pele, e hemorragias – que obrigaram a intervenções cirúrgicas – após as injeções.
O documentário, produzido em Portugal por António Jorge Nogueira, tem a ativista e cabeça de lista pelo ADN às europeias, Joana Amaral Dias, como promotora, e foi apresentado ao público no passado dia 7 de junho num auditório em Lisboa, para além de ter sido amplamente difundido nas redes sociais.
Contudo, no espaço de 24 horas, o documentário foi removido pelo YouTube por suposta violação das regras da comunidade – mais concretamente, por propagar “desinformação médica”. Como justificação, a rede social da META esclareceu apenas que não permite “conteúdo que constitua um risco sério de danos graves através da disseminação de desinformação médica acerca das vacinas atualmente administradas que foram aprovadas e confirmadas como seguras e eficazes pelas autoridades de saúde locais e pela Organização Mundial de Saúde”.
No entanto, as normas do YouTube que qualificam como “desinformação médica” estes relatos de reações adversas às vacinas ignoram por completo a existência, já reconhecida e comprovada pelas autoridades de saúde nacionais e internacionais, de efeitos secundários indesejáveis após as inoculações anti-covid. No Reino Unido, aliás, estão ainda a decorrer processos em tribunal espoletados por pedidos de indemnizações pelas alegadas vítimas.
O The Blind Spot teve acesso a um relatório médico de uma das ‘lesadas’ que participou neste documentário, Isabel Rute Faria (53 anos), onde uma profissional de saúde conclui “não haver outra causa para as queixas álgicas da doente que não um efeito adverso à vacina da Janssen contra a COVID-19”. No documento, que data de 10 de novembro de 2023, é ainda referido que a paciente “desenvolveu, no mesmo dia da administração [da vacina], um quadro álgico crónico, disseminado e incapacitante, com crises de dor intensa que motivaram diversas idas a serviços de urgência e por vezes associadas a síncope reativa. Este quadro motivou absentismo laboral, que se mantém até hoje e que eventualmente será definitivo”.
Por seu turno, Paulo Almeida, outro lesado que aceitou dar o seu testemunho, também notificou ao INFARMED os sintomas que desenvolveu após a administração da vacina, e que vão desde a “alteração da coloração da pele e couro cabeludo” à “insuficiência cardíaca”.
Queixa à Comissão Nacional de Eleições
Depois da eliminação do documentário pelo YouTube, e uma vez que o mesmo foi promovido pela candidata do ADN às eleições europeias e divulgado durante a campanha eleitoral, o partido terá apresentado uma queixa à Comissão Nacional de Eleições por “condicionamento da mensagem política”.