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Vereador do partido do governo britânico apela a que manifestantes “fascistas nojentos” sejam ‘degolados’

No meio de um contra-protesto para responder à onda manifestações pelo assassinato de três crianças no Reino Unido, um vereador do Partido Trabalhista afirmou que era preciso cortar as gargantas dos “fascistas, nazis, nojentos” e “livrar-nos deles todos”. As declarações foram filmadas e postas a circular nas redes sociais e o político acabou por ser preso pela Polícia Metropolitana de Londres por “suspeita de encorajar um assassinato”. De recordar que o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e outros membros do partido trabalhista ameaçaram com prisão todos os que partilhassem imagens dos protestos ou comentários que pudessem ser considerados perigosos ou uma forma “discurso de ódio”.

Ricky Jones, um vereador do Partido Trabalhista (que ocupa o atual governo britânico), foi preso esta quinta-feira, depois de ter apelado a que os manifestantes “fascistas” fossem “degolados”. Num vídeo posto a circular nas redes sociais, o responsável político usou os termos “nazis” e “nojentos” para se referir aos grupos que se têm manifestado depois do assassinato à facada de três crianças por um jovem menor e filho de pais ruandeses no passado dia 29 de julho.

O vereador da cidade de Dartford proferiu estas palavras enquanto ocorriam contra-protestos em Walthamstow, organizados por grupos conotados com a esquerda, como forma de responder aos manifestantes de ‘direita’. No meio de centenas de pessoas, que se reuniram na noite de quarta-feira, o político gritou ainda que “precisamos de cortar as suas gargantas e livrar-nos deles todos” – e arrancou alguns aplausos da multidão.

Depois de o vídeo ter sido difundido, a Polícia Metropolitana de Londres deteve Jones por “suspeita de encorajar um assassinato e por um crime sob a Lei de Ordem Pública”.

Um porta-voz do Partido Trabalhista já reagiu ao incidente, reiterando que “este comportamento é completamente inaceitável e não será tolerado”. Entretanto, Jones já terá sido também suspenso do partido.

O Reino Unido tem vivido uma intensa onda de protestos contra a imigração descontrolada, depois do brutal ataque na cidade de Southport, que vitimou três meninas com idades entre os seis e os nove anos – uma das quais portuguesa –, e feriu com gravidade outras oito crianças e dois adultos.

O agressor só atingiu a maioridade alguns dias depois do ataque, e a sua identificação só foi divulgada pelas autoridades britânicas para pôr termo aos rumores de que seria um extremista islâmico. Mas o ‘esclarecimento’ não travou a ira dos manifestantes, que têm pedido um maior controlo à imigração e realizaram protestos junto de centros de refugiados e de mesquitas em várias cidades do país.

Prisão por delito de opinião

De recordar que o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, através do seu porta-voz, culpou as redes sociais por permitirem “desinformação” nas suas plataformas – algo que considera ter instigado estes protestos por uma imigração mais regulada. Atirando, como habitualmente, ao ‘discurso de ódio’ online, o executivo ameaçou com prisão até quem incentivasse as manifestações, não só nas ruas, mas através da internet.

Depois de vários dias de tumultos, mais de 500 pessoas já terão sido detidas.

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