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‘Wokismo’ perde terreno: Empresas americanas recuam nas “políticas de diversidade, equidade e inclusão” (DEI)

As “políticas de diversidade, equidade e inclusão” (DEI) foram implementadas para, supostamente, ‘reparar’ as injustiças históricas e as discriminações atuais contra as minorias raciais, étnicas e sexuais, e ganharam força nas empresas americanas depois da morte de George Floyd em 2020. Mas a ‘moda’ lançada pelo movimento woke está a cair em efeito dominó: em escassos meses, diversos grupos empresariais nos Estados Unidos revogaram estas medidas, incluindo a JP Morgan Chase e a Harley Davidson. A última a fazê-lo foi Ford, com o seu CEO a anunciar que a empresa irá redefinir os seus programas de inclusão e deixará de participar num relatório que avalia “políticas, práticas e benefícios relativos a funcionários gays, bissexuais, transgéneros e queer (LGBTQ+)”.   

Várias empresas nos Estados Unidos estão a recuar nos seus programas de “diversidade, equidade e inclusão” (DEI, na sigla em inglês), criados com o intuito de aumentar a representatividade das ‘minorias’ raciais, étnicas e sexuais no mercado laboral. Depois de grandes empresas como a JP Morgan Chase, a Harley Davidson, e a Lowe’s, na última semana foi a vez da Ford: o seu presidente, Jim Farley, divulgou um comunicado onde anunciava aos seus funcionários que a fabricante de automóveis iria redefinir as suas políticas de inclusão.  

Em concreto, Farley explicou que a Ford deixará de participar em “avaliações externas”, como os relatórios anuais da Human Rights Campaign – a maior organização de lobby LGBT do país – que visam avaliar as “políticas, práticas e benefícios relativos a funcionários gays, bissexuais, transgéneros e queer (LGBTQ+)” dentro das empresas.  

“Vamos continuar a alocar os nossos esforços e recursos para cuidar dos nossos clientes, da nossa equipa e das nossas comunidades, ao invés de comentarmos publicamente sobre as muitas questões polarizadoras do dia”, frisou.  Na mesma nota, Jim Farley garantiu que a Ford não utiliza quotas nem atribui prémios de compensação consoante metas de ‘diversidade’. 

Desde 2021, diversas empresas receberam cartas públicas de acionistas que alegavam que os seus programas “DEI” constituem uma discriminação ilegal e violam os deveres dos diretores para com os investidores, de acordo com a Reuters.   

E estas reclamações têm tido efeitos notórios: também no mês passado, a Harley Davidson, por exemplo, disse ter fechado o seu departamento de “diversidade, equidade e inclusão” em abril, aboliu as quotas de minorias para os seus fornecedores, e tenciona acabar com os treinos de cariz “social” para os funcionários.  

Nos Estados Unidos e um pouco por todo o mundo ‘ocidental’, os grupos empresariais sofreram uma forte pressão mediática e social para se mostrarem mais ‘inclusivos’ no rescaldo da morte de George Floyd e da onda de protestos que se seguiu em 2020. Na altura, com o intuito de, em teoria, combater a discriminação dos grupos minoritários no contexto laboral, as políticas DEI avançaram em força, com medidas que incluíam a contratação por quotas e cursos educacionais sobre minorias e ‘vieses inconscientes’.

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