Para muitos, a derrota dos democratas e a eleição categórica de Donald Trump constituem um grave perigo para a democracia americana e para o mundo em geral. Há uns anos, provavelmente pensaria o mesmo, pois sempre tive uma inclinação democrata nos Estados Unidos e quem me conhece sabe que não sou fã de ataques pessoais, nem de quem os pratica sistematicamente, como é o caso de Trump.
No entanto, hoje em dia, o Partido Democrata como a maioria dos partidos de diferentes espectros políticos, mudou. Tornou-se profundamente wokista e está ainda mais capturado por interesses corporativos e globalistas.
Muitos dos que se reviam nos partidos apelidados de “moderados” deixaram de acreditar na sua moderação, mas sobretudo nas suas “boas intenções”. E não é por má vontade ou porque todos, de repente, se tenham tornado “perigosos radicais de direita”, mas porque as evidências de que as populações são manipuladas de forma descarada e sistemática são avassaladoras.
Esses partidos tornaram-se cada vez mais subservientes a interesses alheios às populações, com os seus líderes a serem meros fantoches, manietados e escolhidos antecipadamente por organizações como o Fórum Económico Mundial, que basicamente promovem a formação de grandes monopólios e a articulação da elite económica para agilizar a transferência massiva de recursos para as maiores corporações. Tudo isto, claro, pelo bem da humanidade e para responder a emergências existenciais que eles próprios nos fazem o favor de identificar.
E Trump é a solução?
Tenho fortes dúvidas de que Trump não acabe por seguir algumas agendas globalistas, até porque muitas estão diretamente ligadas, por exemplo, ao complexo industrial militar norte-americano. No entanto, tenho igualmente a esperança de que não siga muitas delas ou que, pelo menos, as modere.
Também não devemos cair na ilusão de que outros interesses e outras agendas não irão emergir, que são, elas mesmas, contrárias aos interesses da população, americana ou internacional. Isso sempre aconteceu e assim continuará no futuro.
Mas, neste momento, em que grande parte dos países se está a orientar para modelos do tipo chinês, baseados em sistemas de crédito social e com fortes limitações à liberdade de expressão, a vitória de Trump e da sua aliança é uma boa notícia.
O reconhecimento dos seus defeitos, e das divergências ideológicas que possamos ter, é menos importante do que a urgência de alguém se opor às agendas parasitárias e censórias que, infelizmente, controlam a generalidade dos governos e da comunicação social.
Daí que hoje, as grandes disputas não sejam aquelas para as quais nos querem empurrar, como entre as ‘tribos’ políticas de direita ou de esquerda, mas entre quem representa apenas os interesses monopolistas e globalistas e quem não está capturado por eles.
Por isso, mais do que uma solução, esta vitória é uma esperança de que esta luta não esteja perdida e de que os nossos filhos ainda possam viver num mundo próspero e livre.