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Grupo climático insta governo galês a criar espaços verdes “sem cães” para combater o racismo

A recomendação foi feita pelo grupo de ação climática Climate Cymru BAME, num relatório financiado com dinheiros públicos, que inquiriu as comunidades locais para perceber as suas “experiências de racismo relacionadas com as alterações climáticas”. A iniciativa insere-se no Plano de Ação Antirracista do País de Gales (ARWAP), lançado em junho de 2022, para acabar com o racismo até 2030. Além da criação de “áreas livres de cães” em espaços verdes locais, o relatório pede ainda subsídios e outras regalias (como alimentação e habitação) para estudantes e minorias étnicas, de modo a apoiá-los durante o seu período de integração e “permitir que se comprometam mais com as questões ambientais”.  

Espaços públicos verdes com zonas “sem cães” para combater o racismo. Esta é uma das recomendações feitas ao governo do País de Gales pelo grupo Climate Cymru BAME, num ‘estudo’ que investigou “as experiências e os efeitos das alterações climáticas nas comunidades étnicas minoritárias que vivem na zona norte do País de Gales”.  

Além desta recomendação, os autores do relatório pedem ao Governo galês subsídios e outras ‘regalias’ como alimentação e habitação para pessoas de minorias étnicas –  incluindo aquelas que são “autónomas, desempregadas e requerentes de asilo”. Estas ajudas, explicam, servirão para apoiar as minorias no seu período de integração e permitir que se “comprometam mais com as questões ambientais e de alterações climáticas”. 

“Os números dos censos do ONS [Office for National Statistics] realizados em 2021 mostraram que a proporção de indivíduos e famílias negras, asiáticas e de minorias étnicas no País de Gales aumentou de 4,4% em 2011 para 6,2% em 2021, com o Governo galês a reconhecer agora que, local e globalmente, as minorias étnicas são desproporcionalmente afetadas pelas alterações climáticas e por práticas que são prejudiciais ao meio ambiente”, lê-se nos parágrafos iniciais do relatório (que tem apenas 18 páginas). 

Este relatório, financiada com dinheiros públicos, foi elaborado no âmbito do Plano de Ação Antirracista do País de Gales (ARWAP), que o Governo galês lançou em junho de 2022, para acabar com o racismo até 2030. Numa fase inicial, como é explicado neste estudo, o ARWAP não abordava as “Alterações Climáticas, o Meio Ambiente e os Assuntos Rurais”, que só foram introduzidos posteriormente: 

“Um plano de ação mais abrangente foi proposto para incluir trabalhos sobre alterações climáticas, assuntos rurais e meio ambiente, com base em evidências de dados a serem recolhidas das experiências ao vivo de pessoas de minorias étnicas negras-asiáticas em todo o País de Gales”, frisam. 

Nesse sentido, os autores explicam que esta foi uma problemática reconhecida, desde logo, pelo próprio executivo galês: “O Governo também identificou que a experiência de racismo por pessoas negras-asiáticas e minorias étnicas no meio ambiente e nos espaços verdes, e as suas ambições e opiniões sobre o que tornaria essa parte da vida mais inclusiva, não estavam devidamente documentadas”. 

Recorde-se que em março deste ano, Vaughan Gething, que foi ministro da Saúde do país durante a crise da covid-19, tornou-se chefe-de-governo no País de Gales. 

Fontes 

Dog-free zones needed to make outdoor spaces ‘anti-racist’, Welsh government told | The Independent

Relatório de evidências anti-racista do País de Gales: Climate Cymru BAME [HTML] | GOV. PAÍS DE GALES

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