Uma decisão judicial obriga o Instituto Superior Técnico (IST) a revelar inúmeros relatórios que alimentaram a comunicação social e “desinformaram” as populações com previsões catastróficas e alegações infundadas. Essa decisão constitui uma vitória, em primeiro lugar para o jornal Página Um e para o seu diretor Pedro Almeida Vieira, mas também para todos os que têm exposto a manipulação a que as populações têm sido sujeitas. Este caso teve origem na denúncia do The Blind Spot do falhanço total das previsões do IST sobre o disparar de casos durante a crise covid, caso as máscaras não fossem novamente adotadas, e da sua manifesta falta de transparência. Infelizmente, esse obscurantismo tem sido muito comum em várias entidades académicas e nos grandes média nacionais.
Tudo começou em 2022 com a divulgação por toda a comunicação social mainstream de previsões que apontavam para o disparar dos casos de covid, caso as máscaras não fossem reintroduzidas. Após o falhanço total dessas previsões (casos e mortes caíram cerca de 80%), nenhum desses média refletiu sobre a situação e voltaram a propagar um novo relatório que, incrivelmente, não só não reconhecia o falhanço nas previsões, mas alegava terem acertado.
Este foi um caso raro em que as nossas autoridades de saúde decidiram não seguir a campanha de medo e de manipulação coletiva levadas a cabo pelos nossos especialistas mais mediáticos, que “exigiam” a obrigatoriedade do uso de máscaras faciais, para se poder disfrutar dos Santos Populares e dos festivais de Música “em segurança”.
Desse modo, pudemos confrontar as previsões que a própria Lusa difundiu, e que todos os grandes órgãos de comunicação social propagaram, com a realidade.
E, assim, no dia 21 de Julho de 2022, o The Blind Spot expos o falhanço colossal das previsões alarmistas dos nossos “peritos televisivos”.
Segundo o relatório:
“Todas as festas populares no país poderão traduzir-se num total de contágios diretos de, num mínimo, de 350.000 no país, podendo atingir valores mais elevados se novas variantes entrarem em Portugal.”
“A tendência (na mortalidade) ainda é de subida, prevendo-se o pico para depois do dia 15 de Junho e até final do mesmo mês. Esta previsão pode falhar, por defeito, se os contágios devido às festas populares forem descontrolados ou se surgirem novas variantes.”
Ora, aconteceu exatamente o contrário. Os casos caíram a pique e os dados sobre a mortalidade covid ainda mais, exatamente na altura em que os efeitos da não utilização de máscara nesses eventos se deveria fazer sentir.
O pico de mortalidade (média semanal) aconteceu antes de dia 15 (no dia 8 de junho) e a mortalidade média diária caiu de 43 (nesse pico) para 17 (dia 17 de julho).
Ao contrário da promoção dessa previsão por todos os grandes órgãos de comunicação social, mais de 50 no total, NENHUM denunciou o seu falhanço total.
Fazê-lo, seria expor: (1) a manipulação coletiva, (2) a pseudociência das narrativas mediáticas e, especialmente, (3) o colaboracionismo militante de toda a imprensa nessa agenda.
Mas o caso não fica por aqui.
Apesar de os casos e da mortalidade terem caído cerca de 80% no período em que a falta de medidas levaria ao seu disparar, no relatório seguinte os investigadores do técnico conseguiram alegar que as suas estimativas estavam corretas. E, além de dizerem que devido à ausência de máscaras e de testagem, ocorreram 340 mil contágios, passaram a atribuir também a responsabilidade pela morte de 790 pessoas à ausência dessas restrições.
Relatório? Não, um esboço embrionário que consubstancia um mero ensaio…
Entretanto, quer nós, quer o Página Um, após recebermos o relatório em questão que continha as alegações divulgadas e pouco mais, pedimos os dados em bruto para que pudesse ser escrutinado.
Perante as recusas e as ações evasivas dos seus responsáveis, o PÁGINA UM apresentou uma intimação no Tribunal Administrativo de Lisboa para obrigar o Instituto Superior Técnico a fornece-los..
A resposta da instituição constituiu um dos momentos recentes mais caricatos (e têm existido vários bastantes). Segundo os seus responsáveis, o que foi divulgado foi “um esboço embrionário, que consubstancia[va] um mero ensaio para um eventual relatório”, numa clara tentativa de evitar a divulgação do relatório e dos dados científicos que o suportariam.
Após ter conseguido a divulgação do último relatório (nº 52) que constitui (mais uma) página negra para a nossa academia, dado ter ficado exposto a falta de rigor científico e de transparência, o PÁGINA UM conseguiu agora que o IST fosse obrigado a publicar os restantes 51.
Deste modo, o recurso à justiça e às entidades reguladoras mostra-se, mais uma vez, um expediente complementar para denunciar e combater a anti ciência e o obscurantismo praticados por alguns dos nossos “peritos” e universidades.
Cabe a todos, na medida das suas possibilidades expor, denunciar e responsabilizar quem continua a seguir agendas prejudiciais e, muitas vezes perigosas, para as populações.
Uma última palavra para salientar que nem toda a academia e especialistas estão capturados por interesses ou agendas nefastas, muito são íntegros e têm tido um papel fundamental nesse desígnio, sendo que o The Blind Spot está a colaborar ativamente com alguns deles.
Referências:
Ver também:
Nuno Machado – Após errar pela enésima vez e ter acontecido o… | Facebook