O negócio dos créditos de carbono tem-se revelado extremamente lucrativo para a Tesla, que é paga pelas empresas fabricantes de veículos a combustão para ‘colmatar’ a sua pegada ambiental. Nestas transacções, a empresa de Elon Musk atingiu um recorde de lucros no ano passado, tendo facturado 2,8 mil milhões de dólares – quase o dobro da receita conseguida em 2020. Os certificados de carbono são emitidos por vários governos e, depois, podem ser vendidos às empresas que ficam aquém das metas ambientais estipuladas para as emissões de CO2.
A venda dos chamados “créditos de carbono” a fabricantes automóveis para colmatar a sua pegada carbónica tem sido uma importante fonte de receitas para Elon Musk. Em 2024, a Tesla atingiu um recorde de lucros vendendo estes créditos a empresas do sector que não atingiram as metas ambientais da União Europeia para o fabrico de automóveis ‘verdes’. Desta forma, facturou mais de 2,8 mil milhões de dólares, segundo registos financeiros divulgados no passado dia 29.
Estes créditos de carbono, que servem para ‘regular’ as emissões de CO2, são emitidos pelos governos a empresas que fabricam veículos eléctricos – que depois os podem vender a fabricantes de veículos a combustão, de modo a contrabalançar os gases poluentes supostamente produzidos por estes automóveis.
Como salienta o portal de investigação jornalística Follow the Money, em 2020, o então Chief Financial Officer (director financeiro) da Tesla, Zachary Kirkhorn, previu que as receitas obtidas pela empresa com estes créditos iriam diminuir – mas aconteceu exactamente o contrário. Nos últimos cinco anos, os lucros quase duplicaram, tendo registado um aumento muito significativo em 2024.
Através destes certificados, o dinheiro de muitos consumidores europeus (e não só) alimenta, de forma indirecta, os lucros da Tesla; mesmo que não sejam seus clientes. Só neste último quinquénio, os créditos de carbono já fizeram com que a empresa amealhasse 9,4 mil milhões de dólares.
E uma vez que a Comissão Europeia tem regras apertadas para incentivar ao fabrico de mais veículos ‘verdes’, o mercado europeu dos créditos de carbono é bastante lucrativo para a Tesla.
Em alternativa, é possível que os fabricantes de automóveis que não atingem os objectivos ambientais se juntem a outras empresas ‘verdes’, como a Tesla, para que a soma permita alcançar as metas globais da Comissão Europeia.
E foi o que a empresa de Elon Musk fez com diversas empresas; como a Ford, a Toyota e a Mazda.
No entanto, o FTM frisa que a Tesla não torna públicos os montantes que obtém de cada empresa individualmente – apenas os seus lucros totais da revenda de certificados de carbono.
Além da Europa, também os Estados Unidos têm programas idênticos, passando certificados às fabricantes de carros eléctricos, para que sejam revendidos às empresas que fabricam veículos mais poluentes.
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