Não obstante a condenação pela entidade reguladora dos média, Ireneu Teixeira voltou a espalhar desinformação no seu espaço de comentário regular no canal NOW. Desta feita, divulgou um vídeo, que, supostamente, seria de um dirigente do Hamas a defender o extermínio dos judeus. Foi mais um ‘tiro ao lado’, já que, ao contrário do que alegou, tratava-se de um clérigo iraquiano crítico do Hamas. O The Blind Spot voltou a fazer uma participação contra o canal pela reiterada violação dos deveres jornalísticos, como o rigor, a isenção e a rectificação de informações erradas.
As participações e a recente condenação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), expondo as suas várias infracções no que respeita ao rigor informativo, não parecem ter alterado o ‘modus operandi’ do comentador Ireneu Teixeira e do canal NOW.
Na semana passada, o comentador – detentor da carteira profissional de jornalista – voltou a transmitir, naquele canal do grupo Medialivre, um vídeo que dizia ser de um dirigente do Hamas apelando ao extermínio do povo judaico.
Embora o vídeo não tenha legendas, Ireneu Teixeira garantiu que o alegado líder do Hamas estaria a “incentivar a que se cortasse o pescoço e a garganta de todos os judeus”, e a apelar a um ataque a “todos os judeus que existem no mundo”. Enquanto ia providenciando uma “tradução”, o comentador mostrou-se preocupado com a influência que estas palavras poderiam ter em “centenas ou milhares de seguidores acéfalos”.
Este episódio configura, no entanto, a divulgação de mais informações falsas, já que o indivíduo que surge no vídeo, Sheikh Amir Al Quraishi, é um clérigo iraquiano que reside em Londres e é, na verdade, crítico do Hamas, já tendo caracterizado o grupo extremista como “terroristas”. Difundido nas redes sociais, o vídeo de Quraishi, que tem um canal de YouTube onde aborda questões religiosas, é recente (15 de Março), mas reportava-se à situação na Síria.
As declarações que Ireneu Texeira atribui a este clérigo – em apologia da matança dos judeus –, já foram de facto proferidas por um membro do Hamas, mas em 2019, e por Fathi Hamad. Inclusive, na altura, foram prontamente condenadas, tanto pelos palestinianos como pelas Nações Unidas.
Esta situação foi transmitida ao The Blind Spot por uma telespectadora, que nos informou que iria fazer também uma queixa à ERC, em seu nome, contra o canal da Medialivre.
Entretanto, também já enviámos uma nova participação ao regulador, expondo a reiterada propagação de informações falsas – que poderiam ter sido, mais uma vez, facilmente verificadas –, junto de milhares de telespetadores.
O The Blind Spot contactou a NOW para obter esclarecimentos, mas ainda não recebeu qualquer resposta.
Fontes
Ver também
Jornal Expresso divulga informação falsa sobre máscaras – The Blind Spot