Em entrevista ao The Blind Spot no âmbito das próximas legislativas de 18 de Maio, Joana Amaral Dias, cabeça-de-lista independente pelo partido Alternativa Democrática Nacional (ADN), considerou que “vivemos uma era cada vez mais próxima do totalitarismo e mais longe da democracia, com uma diminuição drástica dos nossos direitos, liberdades e garantias”.
Questionada sobre o combate à corrupção, começou por criticar o “saco azul” previsto anualmente no Orçamento do Estado para despesas excepcionais, na ordem dos 13 mil milhões de euros, que diz servir para, entre outras coisas, “pagar a empresas de amigos e cobrir problemas da banca tóxica”, sem qualquer transparência. E garantiu que o ADN pedirá um “escrutínio total” desta rubrica quando estiver na Assembleia da República.
Depois, o partido defende a criação de limites aos mandatos para os deputados, de maneira a que não se perpetuem “ad aeternum” no Parlamento. A candidata acredita que, quando os deputados se prolongam durante vários mandatos consecutivos, ficam numa “redoma de vidro” e se deslaçam dos problemas comuns da população. Deste modo, afirma que “mais experiência de vida, e profissional, vai dar uma outra densidade aos parlamentares”.
Defensor acérrimo do dinheiro físico, o partido tem lutado pela salvaguarda deste modo de pagamento. Até porque o dinheiro digital, considera Joana Amaral Dias, é fantástico para “esta nossa elite despótica”, já que permite controlar todos os “nossos gastos e movimentos”. Invocando o apagão do passado dia 28 de Abril, reiterou que, em caso de catástrofe ou de ataque cibernético, “o dinheiro vivo é o que nos vai salvar”, acrescentando que é também “inclusivo” para os idosos ou imigrantes.
Imigração e natalidade
Assumindo concordar com a tese da “substituição populacional”, a cabeça-de-lista do ADN falou também de algumas das medidas que constam no programa do partido para fomentar a natalidade e regular a imigração, como a deportação daqueles que cometam crimes e a obrigatoriedade de um contrato de trabalho e de um cadastro limpo. Ressalvando, porém, que não tem nada contra a entrada de imigrantes. Contudo, enumera um conjunto de problemas associados aos actuais fluxos migratórios, dizendo que “muitas pessoas vêm para ser totalmente escravizadas” em Portugal, vivendo num regime de “cama-quente”, e que são os “neo-escravos do século XXI”. Para o povo comum, afirma que este elevado número de imigrantes vem baixar ainda mais os seus salários e criar problemas de segurança.
Para a natalidade, que diz estar “arrasada”, as políticas defendidas pelo ADN são, sobretudo, de benefícios fiscais – como uma diminuição drástica do IRS a partir do segundo filho –, e o aumento das licenças parentais neonatais. “Tem que haver incentivos nas licenças de maternidade para nascerem bebés de portugueses, porque senão estaremos à beira da extinção dos portugueses”, considera a candidata.
Energia e integração na UE
No sector da Energia, Joana Amaral Dias diz que “Portugal tem que resgatar a sua soberania” e defender a sua segurança energética. Céptico das alterações climáticas antropogénicas, o partido defende, no entanto, que se aposte nas energias renováveis. De facto, a candidata explicou que não é contra estas energias ditas verdes, mas sim que se opõe à exploração do lítio e à construção de painéis fotovoltaicos pela destruição ambiental que têm implicado.
Além disso, numa altura em que o país está prestes a assinalar os 40 anos da sua entrada na União Europeia, propõe que se faça um balanço das vantagens e desvantagens desta adesão, sublinhando, a título de exemplo, que “a passagem do escudo para o euro foi altamente prejudicial para a Economia portuguesa”.
O The Blind Spot convidou todos os partidos – com e sem assento parlamentar – para uma entrevista no âmbito das próximas eleições legislativas de 18 de Maio.
Desta forma, pretende conceder um tratamento igual a todas as forças partidárias, dando oportunidade aos seus líderes de apresentarem as principais propostas que têm para o país.
Até à véspera das eleições, as entrevistas serão publicadas no nosso canal do Youtube e também em edição no nosso site (www.theblindspot.pt), além de disponibilizarmos pequenos excertos nas redes sociais.
Assista à entrevista completa aqui: https://youtu.be/996cJ5tKRJc
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