Transformada numa ‘guru’ do antirracismo depois da morte de George Floyd em 2020, a escritora Robin DiAngelo plagiou, alegadamente, várias partes da sua tese de doutoramento, onde disserta sobre a “branquitude no diálogo racial”. DiAngelo lançou o conhecido livro “Fragilidade Branca” em 2018, que só se tornou num êxito de vendas com os protestos pela morte de Floyd, no auge do movimento Black Lives Matter. A partir daí, chegou a faturar, por um ano, um milhão de dólares em palestras e a cobrar 40 mil dólares por workshops sobre racismo. Ironicamente, a escritora apela a que as “outras pessoas brancas” atribuam sempre crédito aos autores “de cor”, mas na queixa agora apresentada à Universidade de Washington é acusada de ter plagiado dois académicos de origem asiática.
A escritora americana Robin DiAngelo tornou-se numa ‘guru’ do antirracismo, faturando um milhão de dólares (cerca de 897.450 euros) por ano só em palestras, depois da mediática morte de George Floyd em maio de 2020. Contudo, DiAngelo, que também é professora na Universidade de Washington, foi agora acusada de plagiar várias partes da sua tese de doutoramento de 2004, intitulada “Branquitude no diálogo racial: Uma análise do discurso”. Numa queixa a que o jornal digital Washington Free Beacon teve acesso, divulgada esta terça-feira, constam 20 exemplos de parágrafos e frases inteiras que a autora terá plagiado de vários académicos, incluindo professores universitários e colegas de doutoramento.
Em 2018, DiAngelo tinha lançado o livro “White Fragility: Why It’s So Hard For White People To Talk About Racism” [“Fragilidade Branca: Porque é tão difícil para os brancos falar sobre racismo”], onde argumenta que todos os ‘brancos’ são racistas. A obra teve algum sucesso, mas só se viria a tornar um êxito de vendas com a morte de Floyd, que reacendeu (e incendiou) o debate sobre o racismo na sociedade americana e causou motins e protestos, nos Estados Unidos e em vários países europeus.
Ao mesmo tempo que deu gás ao movimento ‘Black Lives Matter’, a onda ‘antirracista’ catapultou o livro de Robin DiAngelo para o primeiro lugar dos best-sellers do New York Times e conferiu-lhe a autoridade de ‘especialista’ – doutorada, como faz questão de se apresentar – no combate contra o racismo. Com efeito, de acordo com o seu site oficial, a escritora possui dois doutoramentos, um dos quais em “Educação Multicultural”, e a sua área de pesquisa é “Estudos de Branquitude e Análise Crítica do Discurso”. Nesse sentido, explica, o seu trabalho passa por “analisar como a branquitude é reproduzida nas narrativas quotidianas”.
Ironicamente, na sua página oficial, a autora insta as “outras pessoas brancas” a darem, sempre que seja o caso, o devido crédito às pessoas “BIPOC” (termo para designar pessoas negras, indígenas, ou de cor), citando-as como a fonte do seu conhecimento – mesmo que tenham inspirado apenas uma “frase ou ideia”. No entanto, DiAngelo terá feito o oposto: entre os vários académicos que alegadamente plagiou, constam até dois professores universitários de origem asiática: Stacey Lee, professora da Universidade de Wisconsin-Madison, e Thomas Nakayama, professor da Universidade Northeastern.
A fama que alcançou com os argumentos do “racismo sistémico” e do “privilégio branco” foi tal, que terá permitido a Robin DiAngelo comprar três casas – cada uma, no valor de mais de 1,5 milhões de dólares. Já os workshops onde ensina aos ‘brancos’ como o racismo lhes é algo inerente, podem chegar aos 40 mil dólares (35.898 euros).