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Deputada municipal de Lisboa pelo Bloco de Esquerda afirma que a cultura portuguesa “é uma grande merda”

Num podcast, quando comentava as declarações de Pedro Nuno Santos sobre a necessidade de os imigrantes respeitarem a cultura do nosso país, Maria Escaja discordou, considerando que a cultura portuguesa “é uma grande merda”. A deputada municipal bloquista justificou a afirmação com os casos de violência doméstica em Portugal e um suposto hábito cultural de “beber café com cheirinho a seguir ao almoço”. Por fim, questionou o que é a cultura portuguesa – uma posição semelhante à da eurodeputada ex-ministra do PS, Ana Catarina Mendes, que também criticou a ideia de uma aculturação dos imigrantes. O The Blind Spot questionou Maria Escaja sobre o carácter potencialmente ofensivo das suas palavras para os portugueses, e sobre quais as culturas que considera ‘superiores’, mas não obteve resposta até ao momento.

Uma deputada da Assembleia Municipal de Lisboa pelo Bloco de Esquerda, Maria Escaja, afirmou esta quarta-feira, num podcast, que “a cultura portuguesa é uma grande merda” quando comentava as declarações recentes de Pedro Nuno Santos sobre os imigrantes. Num podcast, referindo-se à posição do líder do Partido Socialista sobre a necessidade de os imigrantes respeitarem a cultura portuguesa, Maria Escaja discordou, insultando a cultura do país.

“Quando Pedro Nuno Santos vem dizer que para virem para cá têm de se adaptar à nossa cultura… um imigrante tem de obedecer às nossas leis e à nossa constituição. Não têm que absorver a nossa cultura. Até porque, regra geral, deixem-me que vos diga: a nossa cultura é uma grande merda”, afirmou a deputada municipal.

Estas afirmações suscitaram até uma reacção de reprovação por parte do colega de podcast, João Maria Jonet, assessor e comentador político, que exclamou “hey!”.

Mas Maria Escaja prosseguiu, explicando melhor a sua visão: “Gajos que batem nas mulheres, café com cheirinho a seguir ao almoço…”. 

A esta tirada, Escaja recebeu como resposta que “isso não é uma tradição portuguesa”. Mas ainda assim, insistiu: “não é uma tradição portuguesa?! É o crime mais praticado em Portugal!”. E perguntou, logo de seguida: “desculpem lá, o que é a cultura portuguesa?”.

O The Blind Spot questionou Maria Escaja sobre o carácter potencialmente ofensivo das suas declarações para os portugueses e para os lisboetas – que representa enquanto deputada municipal -, e sobre quais considera serem culturas superiores à portuguesa. A autarca foi também questionada sobre a posição comparativa de Portugal nas estatísticas da violência doméstica em relação a outros países; nomeadamente, aqueles mais representados entre a comunidade imigrante. Contudo, até agora, não obtivemos qualquer resposta.

O The Blind Spot questionou também o Bloco de Esquerda, sobre se o partido se revê nesta posição, ou se teria algum comentário a fazer, mas também não conseguiu resposta.

Depois de Pedro Nuno Santos, numa entrevista recente ao Expresso, ter defendido que a comunidade imigrante se deve integrar e respeitar a cultura do país, várias vozes à esquerda se insurgiram contra a ideia. Foi o caso da eurodeputada Ana Catarina Mendes, e antiga ministra do executivo de António Costa, que contrariou o actual líder socialista sobre uma aculturação dos imigrantes.

A ex-ministra, que tutelou as migrações e defende a modalidade da manifestação de interesse, lamentou que Pedro Nuno Santos se aproximasse do discurso da “direita e da extrema-direita”, e disse não perceber ’o que é isso da cultura portuguesa’. Por estas considerações, Ana Catarina Mendes foi alvo de críticas nas redes sociais por parte algumas personalidades, nomeadamente às afectas a partidos ditos de direita.

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