Apesar de existirem inúmeras ONGs lobistas da comissão europeia com grande atividade, as Fundações Gates, Rockefeller e Soros são as que mais definem as principais agendas. Destacam-se, não apenas pelo lobby directo, mas igualmente por financiarem uma rede de ONGs que exerce esse tipo de influência, não apenas junto da Comissão, mas em toda a sociedade.
Como vimos no artigo anterior sobre o tema, existe uma rede gigantesca de ONGs e Think thanks lobistas que, para além de influenciarem a comissão europeia, cobrem praticamente todos atividades da sociedade, desde a arte ao jornalismo.
No entanto, existem diferentes tipos de participação. A esmagadora maioria são meros executantes ou distribuidores de financiamentos recebidos de outras entidades, com fins específicos que vão desde a promoção da descarbonização da economia à defesa da manutenção de patentes de vacinas.
Outros, no topo, têm maior influência, definem a agenda e são uma das fontes de financiamento original a partir do qual toda a rede de ONGs é alimentada.
ONGs que definem as agendas
Embora existam dificuldades em perceber o nível de financiamentos de cada ONG, pois o valor exato de financiamento não é muitas vezes divulgado, três das mais conhecidas fundações parecem estar no topo: a Fundação Bill & Melinda Gates, a Fundação Open Society (Instituto de Política Europeia) e o Fundo Rockefeller Brothers.
A sua influência não se mede apenas pelas reuniões de alto-nível com a comissão, mas principalmente pelas ONGs que financiam para: (1) fazerem lobby por elas; (2) doarem a outras ONGs com os mesmos fins e (3) alargarem a execução das suas agendas a todos os campos da sociedade.
Vantagens das Fundações
O facto destas ONGs no topo da cadeia de financiamento serem Fundações não é por acaso.
As fundações apresentam inúmeras vantagens, entre elas: (1) permitir reduzir substancialmente os encargos com impostos de grandes empresas; (2) dar uma imagem mais positiva de grandes corporações; (3) gozarem de várias isenções fiscais; (4) terem um menor escrutínio; e (5) permitirem através de doações, e apoios diretos, beneficiarem de redes alargadas de entidades que defendam os seus interesses e apoiem as suas agendas.
Aspetos em comum
Além das semelhanças no posicionamento ideológico geral e de todos apostarem muito na agenda climática, estas três fundações têm mais coisas em comum.
– Pertencem aos maiores milionários ou às famílias mais ricas do mundo.
– Participam em organizações elitistas que pretendem traçar o rumo da humanidade, como o grupo Bilderberg e o Fórum Económico Mundial.
– As três principais figuras destas fundações partilhavam (David Rockefeller entretanto faleceu) a preocupação com o controlo do crescimento populacional.

– Refletem nos objetivos das suas doações as posições pessoais dos seus fundadores sobre os problemas do mundo e sobre as estratégias para os combater.
– Funcionam em parceria com inúmeras outras fundações, duas delas estabelecem mesmo uma rede de fundações familiares (Soros e Rockefeller).
– Os seus responsáveis têm inúmeros negócios que são influenciados pelas ações das suas fundações, supostamente filantrópicas.
– Todos as fundações têm uma ação global, com especial ênfase nos estados unidos, Europa e África.
– Partilham inúmeros investimentos, especialmente Bill Gates e os Rockefeller, mas também Gates e George Soros.

Diferenças
Apesar das semelhanças serem muitas, podem-se encontrar algumas diferenças entre as três fundações, em termos de áreas de interesse, financiamento atribuído e tipo de lobby exercido.
Os fundadores também apresentam um perfil diferente. Gorge Soros é principalmente conhecido como grande especulador, nomeadamente de divisas nacionais. Bill Gates e os Rockefellers sempre estiveram ligados aos poderes institucionais, nomeadamente aos governos norte-americanos, particularmente aos democratas.
Nos próximos artigos, veremos como cada uma destas fundações exerce a sua influência, direta e indiretamente, junto da comissão europeia.