O candidato nacionalista George Simion venceu, com larga vantagem, a repetição da primeira volta das eleições presidenciais romenas, realizadas este domingo, tendo alcançado mais de 40% dos votos. Conservador, eurocéptico e contra a ajuda militar à Ucrânia, Simion era o favorito nas sondagens e tinha o apoio de Calin Georgescu, o candidato que viu a sua vitória anulada em Novembro passado, e que foi, entretanto, impossibilitado de se recandidatar por suspeitas de interferência russa. Antes de os resultados serem conhecidos, Simion já assumia a intenção de dar a Georgescu um cargo no governo; até o de primeiro-ministro.
George Simion (38 anos), candidato nacionalista do partido Aliança para a União dos Romenos (AUR), venceu com larga margem a repetição da primeira volta das eleições presidenciais na Roménia, com 40,96% da votação – depois do último sufrágio, que dera a vitória a Calin Georgescu a 24 de Novembro, ter sido anulado pelo Tribunal Constitucional por suspeitas de interferência russa.
Quando as primeiras projecções foram conhecidas, e ainda antes do fecho das urnas, Simion reservou algumas palavras para Georgescu, que foi impedido de concorrer em Março apesar de reunir um enorme apoio popular, reflectido nos 23% de votos que atingiu em Novembro passado.
Além disso, ainda se encontra sob investigação por seis crimes, em que se incluem a incitação a “acções contra a ordem constitucional” e formação de organizações fascistas. Entre agradecimentos aos eleitores, o vencedor desta primeira volta afirmou aos jornalistas que se iria manter “dedicado” ao ex-candidato, e revelou a intenção de lhe garantir um lugar no executivo.
“Há várias maneiras de, se o povo romeno quiser, Georgescu poder estar na liderança, e vamos usá-las”, prometeu.
Embora Simion já tenha admitido, inclusivamente, a possibilidade de ter Calin Georgescu como primeiro-ministro – e, como presidente da Roménia, teria poder para o nomear –, o plano pode ser ‘frustrado’ pela maioria parlamentar que se venha a formar após as eleições.
George Simion, que era o candidato favorito nas sondagens, fez a sua campanha com críticas à União Europeia e manifestações de apoio a Donald Trump, além de a outros líderes europeus de direita, como Georgia Meloni. Na mesma linha que Cali Georgescu, é considerado de “extrema-direita”, partilha das mesmas visões eurocépticas e é também contra o envio de ajuda militar à Ucrânia. Aliás, Simion está até proibido de entrar na Ucrânia e na Moldávia. No entanto, assume-se como mais moderado do que o antigo candidato presidencial.
Em Bruxelas, é ainda vice-presidente do partido dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR).
Com mais de 3,6 milhões de votos, Simion quase superou a soma da votação obtida pelos candidatos que ficaram em segundo e em terceiro lugar. O presidente da câmara de Bucareste, Nicusor Dan, que concorria como independente, alcançou quase 21%, e Crin Antonescu, candidato apoiado pela coligação do Governo, teve 20%.
O partido Aliança para a União dos Romenos, que agora é o segundo maior do país, cresceu a partir de um movimento céptico das vacinas.
A segunda volta das eleições presidenciais está marcada para o próximo dia 18 de Maio, com os eleitores a decidirem entre a visão eurocéptica do candidato nacionalista e a mais favorável à União Europeia de Nicusor Dan.
Fontes
Nacionalista George Simion vence a primeira volta das presidenciais na Roménia | Euronews
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