Morreram em janeiro 19 478 pessoas, o número mais elevados dos últimos 12 anos em Portugal, de acordo com os dados dos anos anteriores disponíveis na plataforma de Vigilância de Mortalidade do Ministério da Saúde. A Covid-19 está associada a 28,6% deste total.
Face à média dos últimos 5 anos, o excesso de mortalidade registado no mês passado fixou-se nos 7250 óbitos. A Covid-19 está associada a 76,9% deste total (5576), ou seja, há mais 1674 mortes em excesso não associadas por explicar este mês.
Isto no pressuposto de que todos os óbitos “por Covid” contribuem para o “excesso”, dado que habitualmente existem mortes por infeções respiratórias também incluídas na mortalidade normal.
O aumento de mortos a partir dos 55 anos no mês de janeiro é expressivo, quando comparado com os valores registados nos últimos 5 anos. Esta diferença é bastante mais reduzida na faixa etária dos 35-54 anos.
Nos mais jovens não se registou um excesso de mortalidade face aos últimos anos. Aliás, no primeiro mês deste ano morreram menos crianças com idade inferior a 1 ano que nos últimos 5 anos. O mesmo aconteceu na faixa etária dos 5-14 anos.
Na faixa etária dos 15-24 anos, janeiro não registou um excesso de mortalidade significativo. No total, morreram mais 2 pessoas face a 2020, mas o valor (31) ficou abaixo da média dos últimos 5 anos (33).
Portugal registou um excesso de mortalidade significativo desde o início da pandemia em março do ano passado. No total, a mortalidade em 2020 foi superior à dos últimos 10 anos. Face à média dos últimos 5 anos, foram mais 12 539 pessoas este ano, a morte associada à Covid-19 responde por 55% deste excesso de mortes. À margem dos desses óbitos, existem mais 5 633 mortes por explicar em 2020.