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Relatório internacional: 41% das mortes Covid foram de residentes em lares

Um relatório da International Long-term Care Policy Network (ILPN) revelou que 41% de todas as mortes covid foram de residentes em lares de idosos – cerca de 325 mil mortes. O estudo foi feito com base nos registos de 22 países.

Segundo os dados disponíveis, e de acordo com a quota de todos os residentes de lares cuja morte tenha sido ligada à Covid-19, a percentagem varia entre os 0,02% em Singapura e 0,04% na Nova Zelândia e mais de 5% na Bélgica, França, Holanda, Eslovénia, Espanha, Suécia, Reino Unido e EUA. Neste último caso, significa que mais de um em cada 20 residentes em lares tiveram morte ligada à Covid.

O relatório concluiu ainda que a percentagem de todos os residentes em lares com morte ligada à Covid “está altamente correlacionada com o número total de mortes da COVID-19 na população que vive fora dos lares”.

Portugal

Desde o início da pandemia até ao dia 04 de fevereiro registaram-se em Portugal 3 750 óbitos atribuídos às Covid-19 de pessoas residentes em lares (óbitos ocorridos dentro dos lares ou em hospitais), dos quais 739 no Norte, 1.027 no Centro, 1.520 em Lisboa e Vale do Tejo, 400 no Alentejo e 64 no Algarve, segundo dados da DGS divulgados à Lusa.

No entanto, dados facultados pelas Estruturas Residenciais para Idosos ao Eco indicam que, até 3 de maio, já morreram 4734 residentes em lares de idosos.

Notas do estudo

Uma comparação do número de mortes covid em lares de idosos entre diferentes países não pode ser feita de forma ligeira. Nem todos os países publicam dados sobre o número de mortes de residentes em lares, existem diferentes abordagens ao registo de mortes, diferentes definições do que constitui um “lar de idosos” e diferentes políticas de registo de óbitos nestes locais antes da pandemia. Os dados mais recentes divulgados pelo ECDC mostram esta distinção de registo.

O relatório fala em três abordagens para quantificar as mortes em relação à COVID-19:

– Mortes de pessoas que testam positivo (antes ou depois da sua morte)

– Mortes de pessoas suspeitas de terem COVID-19 (com base em sintomas ou epidemiologicamente ligados)

– Mortes em excesso (comparando o número total de mortes com as das mesmas semanas nos anos anteriores).

Outra distinção importante é se os dados abrangem mortes de residentes em lares ou apenas mortes no lar (uma vez que há variações na proporção de residentes em lares que são admitidos no hospital e podem morrer lá).

À data de recolha de dados deste estudo, muitos países já tinham dado início à vacinação da população mais idosa. No entanto, de acordo com o relatório, “é pouco provável que os dados até 26 de Janeiro de 2021 consigam captar o impacto dos programas de vacinação sobre a população residente nos lares”. Além disto, “nesta fase é também difícil controlar o impacto potencial das vacinas, dadas as dificuldades associadas à obtenção de dados desagregados sobre as vacinas nesta fase inicial. Estão em curso tentativas de recolha de dados internacionais sobre vacinas em lares e entre os residentes de lares de idosos.

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