Nos últimos meses, de acordo com a Organização Europeia do Cancro, podem ter ficado por diagnosticar na Europa, mais de um milhão de cancros, por causa da pandemia.
Em 2020, na União Europeia, foi diagnosticado um cancro a 2,7 milhões de pessoas e mais de 1,3 milhões de pessoas não sobreviveram à doença, incluindo mais de 2.000 jovens, de acordo com os dados disponibilizados pela Comissão Europeia.
O plano europeu de luta contra o cancro apresenta um financiamento de 4 mil milhões de euros, incluindo 1,25 milhões de euros do futuro Programa UE pela Saúde. Mas, segundo dados apresentados pela Organização Europeia do Cancro (OEC), numa conferência online realizada recentemente, mais de um milhão de cancros podem ter ficado por diagnosticar na Europa e um em cada dois doentes oncológicos não recebeu o tratamento necessário, durante o período da pandemia Covid-19.
Nos últimos meses, devido à pandemia, a OEC evidencia que um em cada cinco doentes oncológicos ainda não está a receber tratamento de quimioterapia ou intervenção cirúrgica de que necessita e que cerca de 100 milhões de rastreios na Europa foram cancelados.
Os profissionais de saúde da área da oncologia também foram afetados, sendo que quatro em cada 10 profissionais apresentam sintomas de esgotamento e três em cada 10, sinais de depressão.
Maior atraso nos países confinados
No que diz respeito à realização de cirurgias, nos países com confinamento intermédio, o atraso chegou aos 5%, enquanto nos que não fizeram confinamento, foi inferior a 1%.
A percentagem de pessoas em risco sujeitas ao rastreio, segundo a Comissão Europeia, varia de um Estado-Membro para outro e situa-se entre:
6% a 90% para o cancro da mama e 25% a 80% para o cancro do colo do útero.
O cancro é a segunda principal causa de mortalidade nos países da União Europeia, após as doenças cardiovasculares. Todos os anos, 2,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com cancro e mais 1,2 milhões morrem devido à doença.
Segundo a Comissão Europeia, está provado que 40% dos casos de cancro são evitáveis, no entanto, apenas 3% dos orçamentos da saúde destinam-se atualmente à promoção da saúde e à prevenção de doenças.