No decorrer desta pandemia, o The Blind Spot reuniu algumas vozes que fundamentam o seu ponto de vista em factos e experiências vividas em trabalho de campo.
“Foi por puro desconhecimento da real situação no terreno, por incapacidade de gerir as camas disponíveis (em maior número do que era habitual), por mero medo (originado pela ignorância) de que a situação se descontrolasse que tudo se precipitou – fecharam-se os cuidados primários de saúde, parou-se grande parte da atividade hospitalar, apostou-se num confinamento extremista, com a justificação de que era necessário evitar o colapso dos hospitais. Erro, após erro, após erro.”
Leia outro artigo de opinião de António Ferreira, aqui.
António Ferreira, médico internista e professor universitário
2. Vacinas e movimentos anti vacinação – duas faces da moeda na atual pandemia
“As vacinas que todos nós fizemos são seguramente um dos grandes avanços em Saúde Pública, tendo permitido poupar inúmeras vidas humanas, sofrimento e sequelas de várias doenças graves (tétano, difteria, poliomielite, meningite bacteriana, entre outras).”
Tiago Marques, médico infeciologista
3. Conflitos de interesse, política, perseguição e censura
“Esta abordagem desprezível e autoritária “em defesa da ciência” pode, infelizmente, ter aumentado a hesitação da vacina e o movimento anti-vax, desperdiçando uma oportunidade única que foi criada pelo fantástico rápido desenvolvimento das vacinas COVID-19.”
John Ioannidis, médico-cientista e professor da Universidade de Stanford
Leia outro artigo de opinião de John Ioannidis, aqui.
4. Usos e desusos do “limiar da imunidade de grupo”
“Passei a ser contactada numa base quase diária por jornalistas a quem fui respondendo no sentido de explicar a dinâmica das epidemias. Mas gráficos que tinham sido criados com o intuito de explicar a teoria de base e a lógica das intervenções, a certa altura começaram a ser utilizados como previsões.”
Gabriela Gomes, investigadora – Universidade de Strathclyde, Glasgow
5. Carta dos Direitos Humanos na Era Digital
“A questão é: quem é que determina o que é ou não desinformação? De acordo com esta lei, cabe ‘ao Estado assegurar o cumprimento, em Portugal, do Plano Europeu de Ação contra a Desinformação de modo a proteger a sociedade contra pessoas que produzam, reproduzam e difundam narrativas consideradas de desinformação’.”
Pedro Rodrigues Costa, docente e cientista social no CECS – Universidade do Minho