Muitos países estão a referir a variante Ómicron como justificação para novas medidas restritivas. No entanto, na África do Sul, um país com pouca vacinação, e apesar da infeção por Ómicron aproximar-se dos 100%, a mortalidade Covid manteve-se em níveis dos mais baixos de toda a pandemia.
A África do Sul, foi o segundo país a identificar a variante Ómicron, pouco tempo depois do Botsuana. Após a identificação, a meio de novembro, foi aumentando a sua prevalência e neste momento atinge cerca de 98% dos infetados.
Reduzida mortalidade, apesar de baixa vacinação na África do Sul
Os valores da mortalidade Covid mantiveram-se, até ao momento, semelhantes ao do instante da deteção da variante. Esses valores são dos mais baixos desde o início da epidemia.
Em comparação com o período homólogo do ano passado, a diferença é substancial. A 18 de dezembro deste ano, a mortalidade média Covid (a 7 dias) foi de 33. Em 2020, na mesma data, esse valor era de 191, quase 6 vezes maior.
Esta redução substancial em relação ao período homólogo, ocorreu com uma população pouco vacinada. Até ao momento, a taxa de vacinação completa ronda os 26%.
Países referem a Ómicron para justificar novas medidas restritivas
Apesar deste, e de outros casos, em que esta variante não parece ter grande impacto na mortalidade Covid, muitos países estão a tomar medidas restritivas justificando-as com a necessidade de conter o seu crescimento.
Tal verifica-se, apesar destes países terem taxas de vacinação significativamente superiores às da África do Sul e de outros como o Botsuana (onde a variante foi identificada).
Ideias finais
A mortalidade é o indicador Covid mais fiável, apesar de estar igualmente sujeito a inúmeros vieses (como os critérios de atribuição, a intensidade da testagem ou falhas de codificação, mais provável em países menos desenvolvidos).
Na África do Sul, o país em que se regista a maior percentagem da variante Ómicron (98%), a mortalidade Covid não cresceu significativamente, estando muito abaixo da registada no período homólogo (2020).
Independentemente dos motivos, estes dados juntamente com a muito superior taxa de vacinação, podia fazer supor que outros países encarassem com confiança o crescimento desta nova variante.
No entanto, muitos países têm usado precisamente a Ómicron como principal justificação para um conjunto de novas restrições ou para a necessidade de doses extra de vacinas.