Após analisar a necessidade de vacinação das crianças contra a Covid-19, o Instituto Norueguês de Saúde Pública apresentou um relatório com dados importantes que justificam o seu parecer: a vacina pode ser oferecida às crianças, mas a decisão deve ser individual e não uma forte recomendação das autoridades.
Tal como no Reino Unido, o Governo norueguês depois de analisar os prós e contras da vacina para as crianças entre os 5 e os 11 anos, tomou a decisão de não fazer dela uma forte recomendação para crianças saudáveis, mas destaca que é mais relevante para crianças com doenças crónicas.
Num relatório redigido em norueguês, o Instituto Norueguês de Saúde Pública deixou o seu parecer sobre a vacinação de crianças, adiantando que a mesma pode ser oferecida às crianças, mas cabe a cada um, pais, decidir se pretendem vacinar os seus filhos ou não.
Destacamos algumas citações do documento que podem ser importantes para entender a deliberação.
“Dado o baixo risco de infeção grave em crianças, a imunidade ampla e duradoura após a infeção pode ser benéfica para elas, especialmente à luz das novas variantes de vírus no futuro”.
“É provável que a infeção natural proporcione uma proteção um pouco mais duradoura e mais ampla do que a vacinação primária com vacinas de mRNA”.
“A vacinação de crianças com vacinas Covid-19 pode levar a uma resposta imunitária mais fraca a futuras variantes do vírus SARS CoV-2. Isto porque a vacina baseia-se apenas numa variante específica da proteína spike…”
“…enquanto sofrer de infeções assintomáticas ou ligeiras do SARS CoV-2 numa idade jovem dará uma resposta imunitária mais ampla a mais partes do vírus”.
“(…)existe atualmente um conhecimento limitado e um curto período de observação para avaliar os efeitos secundários raros e os efeitos secundários a longo prazo [da vacinação]. A desvantagem individual para crianças e adolescentes(…) está presente, e fala a favor de ter cautela com a vacinação”.
“O efeito da vacina na propagação da infeção é significativamente reduzido na infeção pela Ómicron, e parece que o efeito é de curta duração”.
“a produção de doses para crianças de 5-11 anos e a utilização de doses para crianças de 12-15 anos poderia desafiar o princípio da igualdade a um nível global, influenciando o acesso a doses para outras partes do mundo”.
Após uma avaliação exaustiva, o Instituto Norueguês de Saúde Pública informou o Governo que a vacinação pode ser oferecida a crianças dos 5-11 anos e uma 2ª dose a crianças dos 12-15 anos.
Destacando que “a vacinação de crianças e a administração de outras doses para adolescentes deve ser uma escolha individual, e não uma forte recomendação das autoridades”.
No que diz respeito às crianças que fazem parte dos grupos de risco, o instituto deixa esta informação: “a oferta é mais relevante para crianças com doenças crónicas, crianças em contacto com pessoas vulneráveis, e crianças que ficarão ou se mudarão para países com elevado risco de transmissão ou com acesso mais deficiente aos serviços de saúde”.