Um artigo publicado no Medspace alerta que as políticas de saúde na maioria dos países continuam a ignorar o efeito da imunidade adquirida por infeção sem vacinação.
Os anticorpos após uma infeção são robustos e de longa duração e além dos níveis de reinfeção serem muito baixos protegem da progressão para doença grave. Isso mesmo é confirmado num estudo do Qatar em que casos de reinfeção (confirmados com um teste PCR) raramente progridem para doença crítica ou severa.
O artigo chama atenção que a reinfeção até à data é um evento “pouco comum” e um estudo recente demonstra níveis robustos de anticorpos ao fim de 20 meses após um teste PCR positivo. Outro estudo apresentado pelo artigo aponta para nenhum benefício em vacinar pessoas previamente infetadas.
Por outro lado, a imunidade da vacina parece perder a eficácia como demonstra um estudo da Suécia. O artigo lança um alerta que a vacinação após infeção tem uma incidência maior de efeitos adversos.
Apesar de toda a evidência apontar para uma imunidade duradoura e eficaz, a política aplicada pela maior parte dos países parece ser contrária a esse facto. A grande maioria só reconhece o estatuto de “recuperado” durante seis meses, alguns países apenas três meses e casos como o Canadá e os Estados Unidos que não reconhecem.
Um outro artigo publicado no BMJ salienta que a necessidade de vacinar após infeção não é baseada em dados. Faz por isso um apelo urgente a que se reveja a importância dos recuperados e a recomendação de vacinação de pessoas previamente infetadas.