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Universidade americana cria variante Omicron mais letal e transmissível 

Apesar da hipótese de uma fuga laboratorial ter estado na origem da pandemia, foi criada num laboratório americano uma nova variante do SARS-CoV-2 com maior letalidade e infecciosidade. A experiência, que utilizou ratos especialmente sensíveis ao vírus, mostrou que essa manipulação aumentou de 0% para 80% a letalidade do vírus nesta espécie.

Um novo artigo (ainda sem revisão por pares) anunciou mais uma manipulação em laboratório do SARS-CoV-2 que tornou a variante Omicron mais contagiosa e letal. Esta variante híbrida integrou parte do vírus original de Wuhan e da variante Omicron. 

Em experiências com ratos, esta variante mutante provocou a morte em 80 por cento dos animais, em contraste com a Omicron que apenas causou infeções leves e não fatais.

Os investigadores que realizaram o estudo admitem que é improvável que este vírus híbrido seja tão mortal em humanos, até porque os ratos de laboratórios que foram usados são muito suscetíveis à doença covid grave. Além disso, existem diferenças importantes nas respostas imunes entre ratos e humanos.

Críticas

Um dos principais cientistas do Governo Israelita, Shmuel Shapira, mostrou-se muito crítico da experiência e afirmou mesmo: 

“Isto deve ser totalmente proibido, é brincar com o fogo”.

Richard Ebright, químico da Universidade Rutgers em New Brunswick, mostrou-se igualmente convicto do tipo de experiência realizada:

“A pesquisa é um claro exemplo de pesquisad de “ganho de função” (gain of function)”

E acrescentou:

“Se quisermos evitar uma próxima pandemia gerada em laboratório, é imperativo que a supervisão de investigações de aumento de capacidade patogénica em agentes potencialmente pandémicos seja fortalecida.”

Já o epidemiologista Prof Francois Balloux não se mostrou tão apreensivo com esta experiência em particular, embora também tenha dúvidas quanto à justificação deste tipo de estudos. Em síntese afirmou no Twitter:

“Não estou a insinuar que estudos como este, usando vírus quiméricos ‘vivos’ devam ser realizados já que o equilíbrio risco/benefício em geral não me parece excessivamente convincente. Dito isto, este estudo específico não é tão preocupante como parece no início.”

A justificação da Universidade de Boston

O laboratório faz parte dos Laboratórios Nacionais de Doenças Infeciosas Emergentes da Universidade de Boston, é um dos 13 laboratórios de biosegurança de nível 4 nos EUA.

Um porta-voz disse: “Esta investigação espelha e reforça as descobertas de outras pesquisas semelhantes realizadas por outras organizações.”

“Em última análise, esta investigação proporcionará um benefício público, conduzindo a intervenções terapêuticas melhores e direcionadas para ajudar a combater as futuras pandemias.”

Polémica quanto à autorização e ao financiamento

Entretanto surgiu mais uma polémica devido ao facto de o estudo não ter tido autorização das agências americanas (NIH e NIAID).

Tal facto foi confirmado por Emily Erbelding, directora da divisão de Microbiologia e Doenças Infectocontagiosas da NIAID, que afirmou que a equipa de Boston não consultou a agência, que apenas terá tido conhecimento do estudo pela comunicação social.

Uma porta-voz da Universidade referiu mesmo ao DailyMail.com que não existiu “gain-of-function” na experiência. Declaração que suscitou várias reações de contestação e até de alguma indignação.

Como podemos ver nos agradecimentos do estudo, são reconhecidos os apoios financeiros das agências americanas (ainda) lideradas por Anthony Fauci, a NIAID e a NIH.

Fonte: Role of spike in the pathogenic and antigenic behavior of SARS-CoV-2 BA.1 2 Omicron

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