Agricultores de toda a Nova Zelândia saíram às ruas para se manifestarem contra a criação de uma taxa sobre as emissões de gases com efeito de estufa dos animais de criação. A medida faz parte de um plano de combate às alterações climáticas do governo de Jacinda Ardern, que afirma pretender reduzir a emissão de metano de vacas e ovelhas em 47% até 2050.
O tráfego em grandes cidades neozelandesas, como Wellington e Auckland, foi bloqueado por comboios de tratores, todo-terreno e outros veículos agrícolas. Os manifestantes exigiam que o governo abandonasse as propostas para taxar “arrotos e flatulência” de animais.
Com a justificação de combate às alterações climáticas, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, saudou no início deste mês uma nova taxa, que classificou de “primeiro mundo”. Essa taxa incide sobre as emissões de metano e óxido nitroso de ovelhas e de vacas.
A redução das emissões de metano dos animais de exploração em 10% até 2030 e até 47% até 2050 faz parte de um plano que, segundo a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, levará o país à neutralidade carbónica até 2050.
Protesto dos agricultores
Milhares de agricultores reuniram-se com sinais proclamando que a ideia “cheira mal” e informando o público de que o imposto aumentaria o preço dos alimentos para a população e poria em risco a sua subsistência.
Citado pelo Free Malaysia Today, um manifestante de Wellington declarou: “A maioria dos agricultores já teve o suficiente”. “A agricultura está a tornar-se difícil, e esta administração não nos está realmente a ajudar; é um trabalho difícil neste momento”.
Outro agricultor afirmou que eles tinham mantido a economia à tona durante os lockdowns COVID-19, e agora que a ameaça tinha passado e que uma recessão estava a chegar, o governo vinha atrás deles.
Por outro lado, alguns agricultores argumentam que a nova taxa aumentaria efetivamente as emissões globais de gases com efeito de estufa, transferindo a agricultura para países menos eficientes na produção de alimentos.
Reações aos protestos
O protesto teve também algum apoio popular em algumas regiões, como na cidade de Dunedin, no sul, em que um cartaz dizia: “A taxa agrícola afeta-nos a todos”. Também vários autarcas das regiões da costa oeste da Nova Zelândia disseram que “apoiam fortemente” o protesto.
Em sentido contrário, muitos ambientalistas criticam os protestos. Emily Bailey da Justiça Climática Taranaki, associa as condições atmosféricas aos agricultores, e afirma:
“O sector rural e agrícola deste país foi fortemente danificado por inundações, tempestades violentas e secas só neste ano. Isso causou milhões de dólares em prejuízos, bem como uma tonelada de stress e dor no coração das famílias que perderam as suas casas, barracões, stocks, e cercas. Só vai piorar”.
“Os agricultores têm de mudar e reduzir rapidamente as suas emissões, ou eles e todos os outros irão sofrer mais”.
Também a primeira- ministra, Ardern, apesar de se mostrar disponível para acordos, reforça a necessidade da taxa para cumprir os objectivos climáticos e considera que ela até pode ajudar os agricultores, permitindo-lhes cobrar mais pela carne “amiga do clima”.
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