Nestas investigações foi revelada a grande influência que as agências de inteligência, nomeadamente o FBI, têm nas redes sociais e nas suas políticas de censura. Ficámos a perceber de que forma conseguiram levar as redes sociais a censurar uma notícia de grande interesse público e a criar uma narrativa única que, se vê agora, não era sustentada por factos e constituía, ela sim, desinformação.
Já se sabia que o FBI tinha tido um papel relevante na censura da história sobre o portátil de Hunter Biden, filho de Joe Biden, na altura candidato à presidência. O principal argumento utilizado era o de poder existir ingerência russa.
De acordo com as novas investigações, o FBI, e outras agências de Inteligência, fizeram-no através de um “esforço organizado” junto do Twitter e de outras redes sociais.
Após resistência inicial do próprio Twitter, que alegou que a notícia não violava a sua política, o FBI aumentou a pressão junto de executivos de topo e a história acabou por ser parcialmente suprimida com a justificação de incluir material “hackeado”.
Tal não terá ocorrido apenas no Twiter, mas noutras redes sociais e nos grandes media, o que em conjunto, possibilitou que a notícia fosse “censurada e desacreditada”.
Tese da ingerência russa não se confirmou
Tal como o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, tinha relatado, os responsáveis do FBI alegaram recear que se tratasse de “propaganda russa”.
No entanto, segundo dados agora revelados, o agente do FBI envolvido, Elvis Chan, admitiu em novembro que:
“Através das nossas investigações, não vimos nenhuma intrusão concorrente semelhante ao que tinha acontecido em 2016.”
A informação foi confirmada pelos próprios executivos do Twitter que terão relatado, de forma repetida, muito pouca atividade russa.
Apesar disso, os investigadores reuniram evidências de que o FBI espalhou a ideia de interferência russa, que desacreditou a notícia e ajudou a criar uma “falsa narrativa” (aproveitada politicamente e pela maioria dos media).
Os negócios de Hunter Biden
Na revisão da investigação sobre as atividades de Hunter Biden são confirmadas várias informações contidas no portátil apreendido.
O dinheiro recebido, na casa das dezenas de milhões de dólares (dados do Departamento de Tesouro), provem de vários países, entre eles a China, a Ucrânia e a Rússia. Os intermediários dessa transação são, em geral, próximos dos respetivos governos.
Também bastante relevante é o facto de não existir qualquer contrapartida identificada. Ou seja, não existe nenhum produto ou serviço que justifique esses pagamentos.
O jornalista de investigação Peter Schweizer revela igualmente que existem inúmeras referências de Hunter Biden ao seu pai, Joe Biden, de quem é próximo. Em algumas dessas referências, Hunter Biden afirma mesmo a parceiros de negócios que falou com o pai e que ele iria ajudar.
Aliás. Schweizer salienta o facto de, apesar do signatário dos negócios ser Hunter, que a informação do portátil indica que o dinheiro foi encaminhado para a família Biden. Dá como exemplos, os dois milhões que vieram da China e que foram para o tio, James Biden, ou as contas que Hunter pagou ao seu pai enquanto este era vice-presidente.
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