O Facebook censurou o The Blind Spot durante seis horas ao remover uma publicação na sua página oficial. A publicação refere-se a um artigo deste órgão de comunicação social, disponível no seu site, que resume as várias ações populares que têm ocorrido como forma de alertar as autoridades de saúde para algumas reações adversas às vacinas covid-19, reconhecidas pelas próprias autoridades.
A publicação foi removida hoje, 26 de dezembro, cinco dias depois da sua publicação, com a indicação que a repetição de tal procedimento poderá originar o cancelamento definitivo da conta do The Blind Spot no Facebook.
Foi apresentada como justificação o “desrespeito pelos Padrões da Comunidade” e que o conteúdo publicado “pode prejudicar fisicamente as pessoas”. No fim do breve texto, estava a ligação para a página da Organização Mundial de Saúde.
No processo de análise à remoção, o The Blind Spot pôde apenas indicar que discorda da decisão, sem oportunidade de apresentar quaisquer argumentos.
Passadas seis horas, a publicação foi reposta no Facebook. “Lamentamos o engano”, pode ler-se na resposta à contestação, onde é assumido que a “publicação respeita os nossos Padrões da Comunidade”.
O The Blind Spot é um órgão de comunicação social registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) com o número 127515. A ERC é o organismo que, sob jurisdição do Estado Português, “supervisiona e intervém na regulação de todas as entidades que prossigam atividades de comunicação social”, como é o caso do The Blind Spot.
A rede social Facebook pertence a uma empresa privada norte-americana, Meta, que atua como meio de comunicação no espaço público. Ao remover publicações de artigos de um órgão de comunicação social, devidamente registado na entidade competente, está a sobrepor-se ao regulador com dispositivos legais para atuar na área da comunicação social em Portugal – a ERC. É, assim, uma clara e ilegal censura que coloca em causa a liberdade de imprensa.
O artigo em questão, intitulado “Os avisos à DGS sobre as miocardites”, tem como base a recente notícia da Lusa sobre o destaque dado pela Direção-Geral de Saúde (DGS) “à recomendação aos profissionais de saúde para terem atenção aos sinais e sintomas das inflamações do coração após a administração da vacina covid-19″ para a faixa etária dos 5 aos 11 anos.
A peça jornalística refere-se a várias ações populares, que decorrem há mais de um ano, como forma de alerta para os riscos assumidos, agora, pela DGS. Uma das ações é uma denúncia criminal, atualmente a ser investigada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, relativa às “ilegalidades subjacentes, nos procedimentos de administração, segurança e farmacovigilância das vacinas covid-19 em menores”.