Já é sabido que várias redes sociais censuram dados que contrariem a versão oficial sobre a covid-19, mesmo que sejam verdadeiros, e suprimem peritos com versões contrárias. Nos mais recentes “Twitter files”, uma investigação feita pela The Free Press revela a influência direta do governo norte-americano e apresenta exemplos de como o debate e a opinião pública foram manipulados.
A investigação levada a cabo pela The Free Press revela a pressão exercida pelo governo dos Estados Unidos nas redes sociais “para destacar determinados conteúdos e suprimir outros sobre a covid-19”.
Mesmo durante a administração Trump, já havia tentativas de interferência, neste caso com o objetivo de impedir o pânico. No entanto, uma das “desinformações” referidas era uma realidade – a corrida aos supermercados.
Quando a administração Biden tomou posse, a pressão aumentou, nomeadamente em relação a vozes que colocavam em causa o discurso oficial sobre a vacina.
Influência direta do governo norte-americano
Na investigação do The Free Press são revelados vários testemunhos e provas documentais da grande influência que Casa Branca tinha nas ações do Twitter. Segundo a correspondência interna, foi possível verificar alguma resistência dos executivos do Twitter perante as insistências do governo americano para limitar a liberdade de expressão.
Apesar disso, foram suprimidas muitas opiniões de médicos e de investigadores, que discordavam das posições oficiais da Casa Branca.
Moderação enviesada
Os investigadores destacam três grandes problemas no sistema de moderação: (1) a utilização de bots, que não têm sofisticação suficiente para este tipo de funções; (2) o recurso a trabalhadores externos, sem conhecimento específico em temas como miocardites ou máscaras; e, principalmente (3) a atuação de funcionários de topo na tomada de decisões subjetivas.
Deste modo, com a covid existiu um forte viés para proteger os “dogmas do establishment”. Conteúdo dissidente foi rotulado de desinformação, mesmo que se tratasse de opiniões de peritos ou, mesmo, informações comprovadamente verdadeiras.
Censura de especialistas
Um dos exemplos apresentados foi do médico Martin Kulldorff, um epidemiologista da Harvard Medical School, que apresentou pontos de vista diferentes das autoridades de saúde pública dos EUA.
Um moderador considerou que essa divergência implicava que a sua opinião constituía “falsa informação” e que seria sujeita a “ação”.
E, de facto, a publicação foi rotulada como “Enganosa” e todas as respostas e gostos foram desligados, o que limitou o seu alcance.
No entanto, além de ser uma opinião de especialista, correspondia a políticas de vacinação em vários países.
Censura de informação oficial
Além das opiniões, também a apresentação de dados objetivos foi sujeita a censura.
O exemplo apresentado é o da publicação em que são apresentados dados do próprio CDC, mas que, ainda assim, foi sinalizado como “enganoso” e as respostas e gostos desativados.
Igualmente revelador é o facto desse tweet ter sido a resposta a outro que, esse sim, continha desinformação real, mas que não tinha sido alvo de qualquer moderação.
Afirmava que a covid tinha sido a principal causa de morte por doença em crianças, algo completamente falso e enganador.
Censura de estudos publicados
A investigação revela igualmente que a censura atingiu também a apresentação de estudos revisto e publicados, como o estudo da Nature, que revelou dados oficiais de Israel sobre aumento de paragens cardíacas e enfartes após a campanha de vacinação, ou de um estudo que mostrou alterações temporárias no sémen após a toma de vacinas de mRNA.
Apesar de muita da informação apresentada não ser nova, esta investigação confirma a forte pressão governamental para proteger a sua narrativa de vozes (e dados) contraditórios e apresenta exemplos, com algum detalhe, de como o processo decorria.
Este fenómeno não foi exclusivo do Twitter e incluiu as principais redes sociais, outras plataformas e os mainstream media que, desta forma, moldaram a perceção da grande maioria das pessoas durante a “Era covid”.
Ver também:
Antiga política do Twitter suportava censura de afirmações verdadeiras
Censura científica no Facebook com base em erros e omissões de dois fact checkers
Facebook censura publicação sobre vacinação Covid-19 baseada em estudo da revista Nature