Albert Bourla, o CEO da Pfizer, recusou mais uma vez comparecer perante o comité especial da COVI do Parlamento Europeu. É a segunda vez consecutiva que opta por não aparecer após convite feito pelo comité, que procura obter respostas em relação aos acordos de compra de vacinas entre a União Europeia e a Pfizer.
A carta de Bourla datada de 2 de Dezembro e obtida pelo POLÍTICO acrescenta: “Desde a audiência de Outubro da COVI, não temos mais informações a oferecer à Comissão, recusando assim respeitosamente o convite para continuar a explorar estes assuntos”.
Bourla já tinha cancelado uma comparência agendada perante o Comité em Outubro. Essa convocação foi feita na sequência de uma auditoria sobre a política de aquisição de vacinas da UE, que levantou novas preocupações relativamente às comunicações entre o CEO da empresa farmacêutica e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, antes de um acordo de vacinação multimilionária.
A comissão questionou repetidamente a presidente dos mercados desenvolvidos internacionais da empresa, Janine Small, dada a ausência de Albert Bourla durante a audiência da COVI de 10 de Outubro. Contudo, o comité não ficou satisfeito com as respostas obtidas.
O Ministério Público Europeu reconheceu a 14 de Outubro que estava a examinar as compras de vacinas covid da UE, mas ainda não disse quem está a ser examinado ou cujos contratos estão a ser examinados e o comité COVI enviou ao CEO um segundo convite a 28 de Outubro.
Numa declaração divulgada hoje, a presidente do comité COVI, Kathleen Van Brempt afirmou: “O nosso comité considerou que durante a audição anterior com representantes da indústria farmacêutica, onde a Pfizer foi representada pela Sra. Janine Small, questões importantes relativas aos acordos de compra avançados entre a União Europeia e a Pfizer, que são da responsabilidade do CEO e dos quais só ele tem autoridade para lhes responder, ficaram sem resposta”.
Como chefe da comissão COVID, ela expressou o seu desapontamento pela recusa do Dr. Bourla em falar com os membros do Parlamento Europeu sobre esta questão. “O Parlamento tem o direito à total transparência no que diz respeito aos mecanismos destas despesas e às negociações preliminares que a elas conduzem”, segundo o co-legislador do orçamento europeu.
No entanto, ainda não houve resposta da Pfizer. Segundo uma porta-voz empresarial que falou com a POLITICO, “a Pfizer contribuiu para a Comissão Especial sobre a Pandemia da COVID-19, e para o Parlamento Europeu em geral, na medida em que se esforça por compreender e aprender com a resposta à pandemia”.
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