Um grupo de líderes da indústria tecnológica e de especialistas, que inclui membros como Elon Musk e o co-fundador da Apple, Steve Wozniak, partilharam uma carta aberta a apelar a uma pausa de seis meses no que diz respeito ao desenvolvimento de experiências com inteligência artificial que queiram copiar e melhorar o que o GPT-4 faz.
Numa carta aberta intitulada de “Pause Giant AI Experiments”, Elon Musk, Steve Wozniak, Stuart Russell, Jaan Tallinn, Luís Moniz Pereira, entre mais de 1100 outros nomes, pedem para se fazer uma pausa de pelo menos seis meses ao treino de sistemas de Inteligência Artificial (IA) mais poderosos que o GPT-4.
“Nos últimos meses temos visto laboratórios de IA numa corrida sem controlo para desenvolver e disponibilizar cada vez mais mentes digitais poderosas que ninguém – nem os seus criadores – compreendem ou controlam”, é possível ler-se na carta.
“Inteligência Artificial avançada pode representar mudanças profundas na história do planeta Terra, que devem ser planeadas e geridas”, acrescentaram, destacando que “infelizmente, este nível de planeamento e gestão não tem acontecido”.
“Os governos devem intervir” é algo que os especialistas defendem caso os laboratórios não cumpram com esta pausa, pois “Sistemas de Inteligência Artificial com inteligência competitiva podem apresentar riscos profundos à sociedade e humanidade”.
O que causou a controvérsia foram os algoritmos de empresas como a OpenAI, mesmo apesar de gigantes da indústria como a Google, Microsoft e Meta terem passado anos a pesquisar programas baseados em IA para acelerar tarefas como a publicidade direcionada ou a tradução.
O diretor da Open AI, que projetou o ChatGPT, Sam Altman, confessou que tem “um pouco de medo” de que o seu algoritmo seja usado para “desinformação em larga escala, ou para ciberataques”.
“Devemos permitir que as máquinas inundem os nossos canais de informação com propaganda e mentiras? Devemos automatizar todos os trabalhos? (…) Devemos arriscar-nos a perder o controlo da nossa civilização? Essas decisões não devem ser delegadas a líderes tecnológicos não eleitos”, declararam os signatários da carta.