Uma jornalista veterana testemunhou a rápida substituição do jornalismo pela censura e propaganda no canal público de televisão canadiano durante a pandemia. A CBC teve recentemente envolvida numa polémica com o Twitter que a passou a referenciar como “media financiado pelo estado” dado que cerca de 70% do seu financiamento vem dessa fonte.
Durante o Inquérito Nacional de Cidadãos, que avalia as medidas durante a pandemia, a ex-jornalista da CBC, Marianne Klowak, testemunhou que a emissora pública impediu a cobertura justa dos danos colaterais dos lockdowns ou das reações adversas das vacinas.
A jornalista, que esteve na emissora durante 34 anos, afirma mesmo:
“Eu sei que, enquanto emissora pública, esperam que digamos a verdade e deixámos de o fazer.”
Para Klowak, os seus editores rejeitaram as reportagens sobre os protestos generalizados contra mandatos e reações adversas à vacina relatados por médicos.
“Censuraram e não lançaram a público algumas reportagens que realizei sobre pessoas que me ligaram a contar histórias de sofrimento sobre as reações à vacina, algumas de pessoas que perderam o trabalho por causa de não terem sido vacinadas, outros porque a família deles os exilou por não serem vacinados e até estudantes universitários que estavam deprimidos por causa do confinamento”.
Quando publicaram uma história sobre uma mulher que sofreu uma lesão por vacina, ela foi “higienizada” pelos editores.
“Devia ser apenas uma história direta sobre alguém que sofreu uma reação adversa e não devemos minimizá-la. Em vez disso, da forma que eu vi, a história dela foi enterrada em especialistas e autoridades de saúde e estatísticas, que a higienizaram.”
Colapso do jornalismo em prol da propaganda
Klowak explica como observou a transformação do jornalismo em propaganda:
“Eu tinha testemunhado em muito pouco tempo o colapso do jornalismo, da coleta de notícias, das reportagens investigativas – e a maneira como eu vi isso é que estávamos de fato impulsionando a propaganda.”
E revelou uma das formas como isso era implementado:
“Não apenas fechámos um lado, silenciando e desacreditando qualquer um que se oponha à narrativa, como nos elevámos e nos designámos como guardiões da verdade.”
“Nós diferenciávamos os médicos entrevistados pela CBC como “competentes e confiáveis” e aqueles que questionavam e desafiavam a narrativa, eram identificados como “perigosos e a espalhar desinformação, independentemente da sua especialização, formação e experiência na sua profissão”.
Classificação de “media financiado pelo estado”
Há algumas semanas, a emissora estatal canadiana esteve envolvida numa polémica sobre o “selo” de “media financiado pelo estado” aplicado pelo Twitter, como forma de alterar os utilizadores para essa (possível) dependência.
A CBC contestou essa classificação por minimizar a sua credibilidade e afirmou ter independência editorial. Por isso, solicitou ao Twitter que reavaliasse a sua posição e suspendeu a sua participação na plataforma.
No entanto, Elon Musk (dono do Twitter) reforçou a sua posição e brincou mesmo com a situação.
A CBC recebeu 1,24 milhares de milhões de dólares canadianos em financiamento governamental em 2022 e apenas 651,4 milhões de outras fontes, de acordo com seu relatório anual.