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Musk acusa ONG de montar esquema para denegrir a rede social X

Uma ONG terá usado um elaborado esquema para manipular o algoritmo do X até conseguir associar a publicidade de grandes empresas a mensagens antissemitas. Depois, e apesar dessas imagens serem apenas vistas nas suas contas falsas, alegou que as “encontrou” e divulgou-as. A manobra parece ter resultado e empresas, como a NBC, a Apple ou a IBM, cancelaram os seus anúncios.

Elon Musk processou a organização não governamental (ONG) Media Matters, acusando-a de montar um esquema para difamar a sua plataforma de redes sociais (a X Corp) e, assim, reduzir as receitas de publicidade da rede.

Musk alega que a Media Matters, com o objetivo de destruir a reputação da plataforma, manipulou imagens e algoritmos para associar publicações de anunciantes da X Corp a conteúdos neonazis e nacionalistas brancos.

Como funcionava o esquema

A investigação do X terá revelado que a Media Matters criou contas falsas para seguir usuários marginais na rede social e grandes anunciantes, de modo a associar conteúdo mais radical a anúncios pagos.

A ONG terá manipulado o feed das contas falsas de forma a gerarem 13 a 15 vezes mais anúncios por hora do que um utilizador autêntico médio do X. Isso era feito até que se emparelhasse esse conteúdo extremista aos anúncios pagos.

Segundo o processo, apenas um dos 500 milhões de utilizadores da plataforma que não o Media Matters viu um dos emparelhamentos produzido pelo Media Matters.

Na maior parte dos casos, a conta falsa do Media Matters foi a única no mundo a produzir esse tipo de emparelhamento e as publicações não conseguiram reproduzir os seus resultados.

Depois de ter criado artificialmente esses resultados, a Media Matters divulgou-os como parte de uma “estratégia para afastar os anunciantes da plataforma e destruir a X Corp”.

Procurando desmentir a mensagem de Musk de que existiam mecanismos para proteger as marcas de conteúdos tóxicos, a Media Matters revelou no seu site imagens que as associam.

Apresenta-as como tendo sido “encontradas recentemente”, sem qualquer referência ao facto de resultarem de uma sofisticada manipulação do algoritmo da rede feita por eles próprios.

Fonte: https://www.mediamatters.org/twitter/musk-endorses-antisemitic-conspiracy-theory-x-has-been-placing-ads-apple-bravo-ibm-oracle

Numa altura em que o conflito entre Israel e o Hamas origina fortes emoções, a narrativa seguida parece querer colar Musk a movimentos anti-semitas.

“Enquanto o proprietário da X, Elon Musk, continua a sua descida às teorias da conspiração nacionalistas brancas e anti-semitas, a sua plataforma de redes sociais tem colocado anúncios de grandes marcas como a Apple, Bravo (NBCUniversal), IBM, Oracle e Xfinity (Comcast) ao lado de conteúdos que promovem Adolf Hitler e o seu partido nazi.”

O esquema terá tido sucesso

Segundo o X, a estratégia da Media Matters terá resultado. Depois de a ONG ter colocado a circular os emparelhamentos “fabricados” no seu site, todas as empresas mencionadas no seu relatório, exceto a Oracle, retiraram os seus anúncios da plataforma.

Entre essas empresas encontram a Apple, a Comcast, a IBM e a NBCUniversal.

Comissão Europeia também suspende anúncios na rede social X

Coincidência ou não, também a Comissão Europeia decidiu suspender anúncios na plataforma X, com a justificação de que a desinformação no X poderá causar danos na sua reputação.

A plataforma X tem sido objeto de forte escrutínio na Europa devido à nova Lei dos Serviços Digitais, e a Comissão enviou até um pedido formal à empresa para que explicasse como lida com conteúdos ilegais e desinformação relacionada com o atentado do Hamas.

Abertura de investigação à Media Matters

Entretanto, há poucos dias, foi aberta uma investigação à Media Matters pelo Procurador-Geral do Texas, Ken Paxton, por potencial atividade fraudulenta.

No seu site pode-se mesmo ler que o Procurador-Geral ficou “extremamente preocupado com as alegações” de que a Media Matters, segundo ele “uma organização radical anti liberdade de expressão” terá manipulado dados no X.com.

O que é a Media Matters

A Media Matters foi criada em 2004 por ativista conservador, mas que se tornou liberal (no sentido norte americano, ou progressista) David Brock. É uma organização sem fins lucrativos (e isenta de impostos) e centra-se na tentativa de identificar informações tendenciosos ou imprecisões em meios de comunicação conservadores.

A ONG tem múltiplas relações com entidades progressistas, mas especialmente com pessoas ou grupos ligados a Hillary Clinton. As mensagens divulgadas pela WikiLeaks, em 2016, mostraram que a campanha de Clinton em 2016 também tratou a Media Matters como uma delegação da sua campanha com quem coordenava ações. 

Financiadores

A Media Matters não revela os seus doadores. No entanto, através de documentos públicos de agências governamentais foi possível identificarem-se financiadores que incluíam essencialmente grupos progressistas, entidades ligadas ao partido democrático e sindicatos.

Também George Soros, conhecido pela sua influência, exercida em inúmeros domínios, e na sua ligação a movimentos progressistas e ao partido democrático, já doou para esta organização.

Referências:

No more ads on Elon’s X, EU Commission tells staff – POLITICO

Media Matters for America – InfluenceWatch – InfluenceWatch

Ver também:

Twitter Files: FBI instigou redes sociais a censurar notícia de negócios suspeitos de Hunter Biden

Elon Musk: O Twitter era megafone da extrema esquerda

Twitter censurou peritos, dados oficiais e estudos publicados sobre a covid-19 

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